O "viés do otimismo", explorado por Daniel Kahneman em seu livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", é um fenômeno comum em que tendemos a superestimar as chances de resultados positivos ocorrerem e subestimar as chances de resultados negativos. Esse viés pode ter implicações significativas no dia a dia do serviço público.
No contexto do serviço público, podemos observar o viés do otimismo em diferentes situações. Por exemplo, ao planejar projetos e políticas públicas, é comum que haja uma tendência otimista na previsão de orçamentos, prazos ou resultados. Isso pode levar a expectativas irrealistas e à não consideração suficiente dos desafios e obstáculos que podem surgir.
Da mesma forma, ao planejar e implementar mudanças organizacionais, o viés do otimismo pode fazer com que as equipes subestimem a resistência, as dificuldades de implementação e os impactos negativos que podem ocorrer. Isso pode resultar em planos mal elaborados, falta de contingências adequadas e falhas na execução.
No atendimento ao público, os profissionais do serviço público podem ser influenciados pelo viés do otimismo ao estimar o tempo necessário para a conclusão de tarefas, o que pode levar a atrasos e decepções para os cidadãos que dependem de serviços públicos.
Para mitigar o viés do otimismo no serviço público, é importante promover uma cultura organizacional que valorize a avaliação realista de riscos e desafios. Isso envolve um planejamento cuidadoso, um pensamento crítico e a incorporação de diferentes perspectivas. Além disso, é importante incentivar a transparência e a comunicação aberta, para que todos os envolvidos possam identificar os desafios de forma adequada e buscar soluções realistas.
Ao reconhecer o viés do otimismo e trabalhar para equilibrar as expectativas com a realidade, o serviço público pode se tornar mais eficiente, eficaz e capaz de responder às necessidades da sociedade de forma mais precisa e responsável.
