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Artigos / Colunas / Gustavo de Oliveira

11/03/2024 às 13:50

​Quero mais saúde

Comemoramos na última sexta, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Uma data que traz muitos questionamentos, desafios e cada vez mais serve como pontapé provocativo para discutirmos os reais problemas das mulheres no mundo contemporâneo.
 
Me inspiro então na Rita Lee, uma das grandes mulheres brasileiras de todos os tempo, que ontem me “provocou” lá do além com seus versos: “Me cansei de lero-lero/Dá licença, mas eu vou sair do sério/Quero mais saúde/Me cansei de escutar opiniões/De como ter um mundo melhor”.
 
Ao escutar a música “Saúde” é impossível não verificar o fato de que cada vez mais os problemas de saúde, tanto física quanto mental, têm impactado negativamente a vida das pessoas em nosso país e no mundo todo. Saímos da pandemia, quando a COVID-19 parecia ser a única real ameaça à vida humana no planeta, e seguimos avançando com indicadores de saúde se deteriorando no mundo todo.
 
É bem verdade que o aumento da expectativa de vida e o desenvolvimento de novas drogas e procedimentos para combater doenças existentes há muito tempo fazem com que o indivíduo passe pela vida sendo acometido por mais problemas de saúde do que há alguns séculos, quando uma simples gripe poderia evoluir para uma morte certa. Mas isso, por si só, não justifica o fato de que as pessoas estão sim cada vez mais doentes.
 
Epidemias como a COVID19, dengue e tantas outras mundialmente vistas escapam rapidamente do controle das autoridades sanitárias internacionais. Pessoas ficam dias, muitas vezes meses, acometidas com a doença e lidando com suas sequelas, isso quando sobrevivem.
 
O indivíduo médio hoje tem doenças crônicas como hipertensão e diabetes consideradas corriqueiras. Não se dedica com seriedade ao seu tratamento com medicamentos simples e acessíveis e, consequentemente, sofre as consequências eternas de sua própria negligência.
 
A incidência de câncer ainda é assustadora, e a doença continua sendo detectada em estágios avançados em muitas pessoas, apesar das campanhas de conscientização na mídia e nas empresas. O diagnóstico tardio reduz a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes, além de tornar o tratamento mais caro e complexo.

No campo da saúde mental, o estresse e as demais doenças de ordem mental são cada vez mais constantes na sociedade, e parecem não ter uma estratégia clara de combate por parte das autoridades de saúde. O “burnout”, ou esgotamento mental, é desde o ano passado uma doença ocupacional que justifica o afastamento de profissionais dos mais diversos níveis hierárquicos nas empresas, e tem prejudicado muitas vidas no mundo todo.
 
O custo dos tratamentos evolui junto com a tecnologia que produz novas e poderosas drogas, mais eficientes e eficazes. Nos hospitais as novas tecnologias, como a cirurgia robótica e a adoção de protocolos de inteligência artificial, têm sido uma revolução na efetividade e na rapidez da recuperação de muitos pacientes, mas pressionam demais os custos no setor. Tanto a saúde pública como a privada se tornam cada vez mais caras, e com demanda crescente.

Por fim, os erros médicos (tanto dos verdadeiros quanto dos falsos médicos que atuam em falsas clínicas) e a corrupção política terminam de fazer estragos na saúde coletiva.

Volto à Rita Lee: "Mas ninguém sai de cima, nesse chove não molha/ Eu sei que agora eu vou é cuidar mais de mim". Se no momento esse é o jeito, então cuide-se. Enquanto a saúde coletiva estiver mal, é preciso darmos o nosso próprio jeito de cuidar de nós mesmos.

Gustavo de Oliveira

Gustavo de Oliveira
é empresário e Presidente do Movimento Mato Grosso Competitivo
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