Estamos vivendo um dos momentos mais sombrios para o meio ambiente no Brasil. A estiagem prolongada, a falta de chuvas e as queimadas descontroladas devastam não apenas ecossistemas inteiros, mas também a vida de milhões de animais e comunidades rurais. O cenário é desolador: pastos secos, rios que encolhem, florestas em chamas e uma fauna à beira da extinção em várias regiões do país.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os focos de incêndio na Amazônia e no Pantanal aumentaram significativamente nos últimos meses. Em 2023, foram registrados mais de 100 mil focos de queimadas apenas na Amazônia até o início de setembro, um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior. No Pantanal, o aumento foi de 25%, com áreas que já estão praticamente irreconhecíveis, destruindo o habitat de animais como a onça-pintada, que está cada vez mais próxima de se tornar uma espécie ameaçada de extinção.
A ausência de chuvas é outra preocupação. Em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a seca tem causado enormes prejuízos à agricultura e à pecuária. Produtores perdem suas lavouras e rebanhos, e cidades inteiras enfrentam racionamento de água. Além disso, o impacto ambiental é devastador: a morte de rios e a desertificação de terras são problemas que terão consequências a longo prazo para o país. Nossa geração está presenciando um cenário apocalíptico antes só vistos no cinema.
E, diante desse “apocalipse”, a pergunta que ecoa é: onde está o Governo Federal? Onde está o Ministério do Meio Ambiente? Desde a atual gestão (PT), temos enfrentado uma administração pública omissa, sem qualquer ação concreta para suavizar os efeitos das queimadas e da estiagem. A ministra Marina Silva, que em outro momento político era uma defensora fervorosa da preservação ambiental, parece ter se silenciado diante de toda catástrofe. O Governo Federal, por sua vez, segue inerte, sem propor políticas efetivas para combater os problemas estruturais que agravam as condições ambientais no Brasil.
A crítica também se estende aos ativistas que, durante o governo anterior, se mostraram tão combatentes e unidos contra a destruição ambiental. Onde estão figuras como Sônia Guajajara, que sempre foi uma forte defensora dos direitos indígenas e da preservação da Amazônia? E os ambientalistas que outrora criticavam o descaso governamental com a questão climática, como as ONGs Greenpeace e WWF Brasil, por que não vemos o mesmo nível de pressão sobre as atuais autoridades?
É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto, em que a destruição do nosso patrimônio natural e a morte de milhares de animais parecem não ser mais prioridade. A omissão do Governo Federal, dos ministros e até de boa parte da sociedade civil organizada, que silencia neste momento crítico, é um reflexo da falta de compromisso real com o futuro do país e do planeta.
A verdade é que o Brasil está sofrendo, e a natureza está gritando por socorro. O governo e suas autoridades têm o dever de agir, mas a resposta tem sido a mais absoluta indiferença, o silêncio. Não podemos continuar assistindo passivamente à destruição de nossa fauna, flora e recursos hídricos. É hora de ação, não de discursos vazios.