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Artigos / Colunas / Luís Lima

01/06/2020 às 11:48

Qual a melhor escolha: Ter muito sucesso ou ser feliz?

No livro “A Sutil Arte de Ligar o f*da-se”, o autor Mark Manson, entre outros enredos, conta a história de Dave Mustaine que, após ser demitido da banda Metallica, “passou a trabalhar como se possuído por um demônio musical”, pois desejava provar, a todo custo, por meio da criação da sua nova banda de heavy metal Megadeth, que ele era melhor do que aqueles que não acreditaram nele. De fato, na nova banda, o sucesso veio, inclusive com disco de ouro, mas o problema foi que o sustentáculo deste sucesso se deu pelos sentimentos da raiva e da vingança.

Resultado: Numa rara entrevista íntima, em 2003, Mustaine mostrou-se choroso, admitindo que ainda se sentia um fracassado. Apesar de tudo que conquistou, em sua mente, ele sempre seria o cara que foi expulso da banda Metallica, ou seja, pode-se dizer que ele não utilizou corretamente a sutil arte de ligar o f*oda-se, nada menos do que descobrir o que realmente é importante na sua vida e Que se dane o resto!, aquela pseudofelicidade maquiada e superficial.

Por outro lado, o baterista Pete Best de uma tal banda de Liverpool, Inglaterra, simplesmente os Beatles, foi dispensado bem no início da banda, precisamente em 1962, sem quase nenhuma explicação. A suspeita é que tenha sido porque ele, apesar de uma aparência invejável, não usava drogas, namorava sério e não tinha os cabelos engraçados como os outros três integrantes: John, vocalista e compositor; Paul, o baixista romântico com carinha de menino; e George, o guitarrista rebelde.

No início, logo após a demissão, Pete caiu numa profunda e compreensível depressão e passou a dedicar seu tempo ao que qualquer britânico faz, se tiver motivo: beber. Em 1968, tentou suicídio, mas somente desistiu de cometer o ato graças a sua mãe. Em síntese, sua vida era um desastre.

Observando os enredos da vida real, Pete Best não teve a mesma história de redenção de Dave Mustaine. Não se tornou um astro mundial nem ganhou milhões. No entanto, Best se saiu melhor que Mustaine em muitas áreas. Numa entrevista de 1994, ele declarou: “Sou mais feliz do que teria sido com os Beatles.”
Como assim?

Pete Best explicou que a expulsão dos Beatles foi o que o levou a conhecer sua esposa, com quem veio a ter filhos. Seus valores mudaram, ele passou a avaliar sua vida segundo outros parâmetros. Fama e glória teriam sido ótimas, é claro, mas Pete compreendeu a dimensão maior do que tinha conquistado, ou seja, atraiu uma família grande e amorosa, um casamento estável e uma vida tranquila. Ele tampouco deixou de tocar bateria, fez turnês pela Europa e, ainda, gravou discos até o final dos anos 2000.

Então, o que ele realmente perdeu? Apenas muita atenção e bajulação, embora tenha ganhado algo muito mais significativo, uma família.

Portanto, como entender essa dicotomia: sucesso ou felicidade?

Como reflexão, ficam algumas indagações para nossas vidas.

Quantas crenças e mágoas trazemos dentro de nós que, da mesma maneira como o nosso amigo Dave Mustaine, só nos levam para a estrada errada?

Quantas vezes e por quanto tempo iremos insistir e persistir numa “falsa verdade” que, por ter sido criada pelos nossos valores, continuaremos a enxergar os acontecimentos a nossa volta, de forma míope, apenas pela nossa régua, tendo com base a raiva e as nossas vaidades?

Será que já não passou da hora de nos vermos como seres humanos factíveis a erros e acertos, alegrias, tristezas e medos, mas, acima de tudo, devemos aprender com estes acontecimentos/sentimentos e buscar neles as respostas para nossas neuroses?

Em síntese, devemos trabalhar o lado positivo do medo, da tristeza e da raiva ressignificando nossos pensamentos e ações, como fez o baterista Pete Best. Assim, o nobre sentimento da alegria deve ser o antídoto para os males da vida moderna muito bem retratados nesta narrativa. Esse célebre sentimento, como dizia Carlos Drummond de Andrade, deve ser a meta a ser perseguida e, para tanto, precisamos, de tempos em tempos, estar visitando e gerenciando as áreas dos quatro elementos essenciais de felicidade: realização pessoal; realização profissional; realização financeira e equilíbrio em todos os papéis que exercemos nas nossas vidas.

E para você, o que é mais indicado? Ter muito sucesso ou ser feliz?
 

Luís Lima

Luís Lima
Luís Lima é Administrador de Empresas com Ênfase em Análise de Sistemas, MBA em MKT Pela FGV, Practitioner em Programação Neuro Linguística, Formação e Certificação Internacional de Coaching Integrado pelo Integrated Coaching Institute – ICI, Consultor Empresarial (FIA/USP), Analista Comportamental (Ólami), especialista em Desenvolvimento humano e liderança Eficaz.
É membro integrante do ICF International Coach Federation, com diversas formações e encontros do Capítulo Mato Grosso.
Diretor da Portal Business Consultoria e Treinamento, empresa especializada em consultoria organizacional, coaching, palestras e treinamentos.
Fundador do programa de Treinamento Vendas de Impacto e do Programa Aprendendo com os Gurus, já tendo impactado eficazmente o resultado de dezenas de empresas e centenas de líderes e vendedores.
Já ministrou palestras e treinamentos em empresas como: Beira Rio Materiais para Construção, Havan, Grupo Kroton, Clínica Longevitta, Elétrica Paraná Materiais Elétricos, Individualize Gás e Água, Perfilados Multiaço, entre outras dezenas de empresas.
Trabalhou em grandes empresas: Coca Cola, Unimed Seguros, TIM Celular, Oi Telecom e Bimetal.
Professor de Graduação e Pós Graduação no curso de Administração grupo Kroton desde 2010.
luismlima1511@gmail.com
 
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