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Artigos / Colunas / Ana Paula M. Palhano

21/06/2020 às 19:31

A liberdade de estabelecer limites

“Não” é uma frase completa – Anne Lamott

           No livro “Essencialismo – a busca por menos”, Greg McKeown narra a história de como Jin-Yung iniciou uma alteração na cultura organizacional de uma empresa coreana.
 
            Jin-Yung sempre dizia sim à sua chefe, mesmo que dizer sim a ela trouxesse transtornos em outras áreas de sua vida. No entanto, em determinado momento, ela se viu trabalhando e, ao mesmo tempo, planejando sua festa de casamento. 
            
            Para dar conta de realizar ambas as coisas, Jin-Yung se dedicou a cumprir todas as suas tarefas do trabalho, ainda que tivesse que trabalhar 15hrs ao dia para que, posteriormente, pudesse tirar mais tempo para aproveitar a organização da festa.
 
            Perceba: Jin-Yung optou por realizar todas as suas obrigações do escritório para depois focar no seu casamento. Ela se organizou para não deixar ninguém na mão.
 
            Porém, à época de desfrutar o “descanso”, sua chefe a pediu que fizesse uma apresentação para duas reuniões (que não estavam programadas) e ela disse NÃO à ela pela primeira vez. Ela disse apenas: “Trabalhei duro, planejei ter esse tempo para mim e mereço desfrutá-lo sem culpa!”. 
 
            Seguindo seu exemplo, todos os demais membros da equipe disseram “não” e sua chefe precisou finalizar as apresentações sozinha.
 
            Segundo McKeown, “ao estabelecer limites, Jin-Yung não só abriu os olhos da gerente para a dinâmica de grupo pouco saudável e criou espaço para mudanças como conquistou a gratidão e respeito de sua chefe pela forma como conduziu a situação (p. 172)”.
 
            Você se familiariza com essa história? Muitas vezes as possibilidades que a tecnologia apresenta são utilizadas com falta de limites, gerando frustações, seja como chefe, como funcionário e até mesmo como consumidor (quem nunca recebeu uma mensagem de um vendedor às 21hrs ou pediu cotação fora do horário comercial?). 
            
            De acordo com McKeown, “não impor limites custa mais caro ainda: nossa capacidade de escolher o que é essencial para nossa vida”. Ou seja, se você não escolhe suas prioridades e não estabelece limites como contrato social, alguém ou algo escolhe por você.
 
            Por isso, é importante estabelecer regras e limites previamente, assim como, diminuir a assimetria informacional entre as partes de toda e qualquer relação. Na relação de trabalho, principalmente em tempos de isolamento social, é importante que todos tenham claro quais são as responsabilidades e prazos para evitar cobranças e distrações desnecessárias.

       Essa lição serve para todas as relações. Afinal, se você não impor limites, alguém o fará por você!
 
*Esse artigo é baseado no capítulo 14 do livro “Essencialismo – a busca por menos” de Greg McKeown.

Ana Paula M. Palhano

Ana Paula M. Palhano
Meu nome é Ana Paula Marangoni Palhano, sou advogada formada pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, pós-graduada em processo civil pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, inscrita na OAB/SP, colaboradora dos sites Leiagora, Playagora e Entretê, life coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching – IBC e, agora, estou me aventurando na produção de conteúdo para compartilhar um pouco do que aprendi e também, aprender com vocês. 

 
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