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Artigos / Opinião / Paulo Pedra

14/03/2019 às 12:16

(Des)Governo municipal condena Santa Casa sem misericórdia

UMA PEÇA DE HUMOR NEGRO

O enredo começa com os arautos da administração municipal anunciando o corte de recursos para a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e reclama uma dívida de 24 milhões da instituição com a Prefeitura. A diretoria da instituição reage decidindo encerrar as atividades que já estavam encerradas e os funcionários entram no cenário como figurantes desnutridos pela falta de pagamento de salários como toque dramático. Como toda estória entra o suspense, pairando no ar a investigação da Delegacia Fazendária e Ministério Público  sobre desvios na entidade.

Um corte para a INEPTA (segue nota de rodapé para os Vereadores entenderem o sentido da palavra) Câmara Municipal, onde os sempiternos vereadores da situação bradam pela intervenção na instituição e já manifestam pretensão de indicar interventor. No fundo, imagens do atual Pronto Socorro Municipal com doentes jogados nos corredores e o inaugurado Pronto Socorro com os corredores vazios por falta de gestão para entrar em funcionamento.

Para apimentar o clima, entra o secretário municipal de Saúde, Antonio Possas, do alto da proteção do cacique deputado federal Carlos Bezerra (donatário do MDB no Estado), ameaçando prender o vereador Abilinho(Abílio Junior) na cadeia que ele mesmo construiu e com certeza cabe mais personagens que assaltaram a saúde municipal nos últimos tempos e ficam nas sombras como personagens fantasmagóricos. Na Câmara Municipal imagens com áudio de marcha fúnebre explode no silêncio dos demais vereadores ante uma ameaça ao direito de liberdade de expressão do colega.

A imagem fecha no centenário e histórico prédio da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, transformado em Museu das obras dos 300 Anos de Cuiabá, onde podem ser vistos um ônibus articulado, uma parada ecológica, semáforo inteligente, foto das crateras lunares representando os buracos das ruas e  em garrafas pets todas as promessas não cumpridas e a figura da morte simbolizando a corrupção na saúde. Os ingressos são patrocinados 100% pela iniciativa privada. 

Para encerrar a população e para representar sua participação nesta peça de humor negro, entra o ator André D'Lucca (a quem homenageamos) contando a piada do Joãozinho sobre poder, governo , povo e futuro: o Joãozinho acorda com irmãozinho chorando cagado(futuro), vai chamar a mãe que dorme(governo), no outro quarto o pai(poder) transa com a empregada(povo). Moral da história: Enquanto o governo dorme, o poder abusa do povo e futuro continua na merda.

Nota de rodapé(exclusivamente para os vereadores) – INEPTA: SEM ATITUDE.

Paulo Pedra

Paulo Pedra
Escritor crítico dos assuntos cotidianos de Mato Grosso e Brasil. Com ele é na pedrada!
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2 comentários

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  • Leonel Alves Pereira 15/03/2019 às 00:00

    E os paletós estão sendo encomendados cada vez com bolsos maiores. Tenho vergonha de nossos representantes que fazem da politica meio de negociata. Com raras exceções e claro, mas bem raras mesmo.

  • Ariadne Baicere 15/03/2019 às 00:00

    Adorei o texto. A mais pura verdade.

 
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