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Artigos / Colunas / Flávio Henrique Stringueta

03/04/2021 às 12:58

Podem tirar nossas vidas, mas não nossa liberdade

Esse tema faz parte do discurso de William Wallace, heroi escocês que lutou pela liberdade da Escócia frente à Inglaterra. Faz parte do filme Coração Valente, estrelado por Mel Gibson, um dos melhores que eu já vi. Não sei se foi falado mesmo pelo heroi escocês, mas é bem atual para nós. 

O que queremos para nosso povo. Liberdade ou morte?

São os dois maiores direitos humanos da nossa constituição. Um sobrevive ao outro? Creio que um não vive sem o outro. O que esperar de uma vida sem liberdade? Acredito também que a falta de liberdade pode nos conduzir à morte. E bem lenta. Bem triste. 

Nosso país é considerado um país livre. Creio que até livre demais. Livres são os direitos de dilapidar o dinheiro público. De usar esse mesmo dinheiro para a aquisição de benesses. De usá-lo em mensalões, rachadinhas, verbas indenizatórias, compras irregulares e superfaturadas de respiradores, obras públicas inacabas... Livres também estão aqueles que institucionalizaram a corrupção. 

E a nossa liberdade, a liberdade do contribuinte de bem? Sequer somos livres para nos expressar, obviamente sem ofender quem quer que seja. Sequer somos livres para trabalhar, enquanto quem decide isso está em seus lares suntuosos e com salários em dia. Sequer somos livres para andar nas ruas, como se estivéssemos em estado de guerra.

Eu sou um dos que tem salário na conta no final do mês, mas não deixo de me solidarizar com quem está impedido de levar o sustento para seus filhos. Eu consigo me colocar em seus lugares e me emocionar. E muito. Nunca fui a favor do lock down. Desde o começo dessa pandemia, sempre tive mais medo que o cidadão de bem passasse fome, junto com os seus, do que pegasse o corona vírus diante das constantes discussões sobre abre e fecha comércio, causando aumento do desemprego. Não deve haver maior sofrimento para um pai/mãe de família do que ver seus filhos chorando por não terem o que comer. A fome é certa para muitas famílias, a doença e a morte não.

O que podemos querer para nós e o nosso povo? Independência (liberdade) ou morte (parafraseando o Grito do Ipiranga)? Merecemos ambos. A morte é uma certeza da qual não podemos fugir. Não está sob a gestão de ninguém. Mas a independência/liberdade depende de nós. Espero sabermos usar bem o direito de exigir independência/liberdade para garantir o melhor estilo de vida para nossos filhos, netos, sobrinhos, etc.

Alguns vão dizer que eu não entendo nada sobre essa questão de lock down. E estarão certos. Porém, o que vejo é que ninguém está demonstrando saber nada sobre isso também. Depois de um ano de pandemia, ainda estão batendo cabeça, cada um fazendo algo diferente em seus diferentes segmentos institucionais. Só podemos esperar que o Grande Arquiteto do Universo indique os caminhos certos aos que decidem sobre nossas vidas. Assim seja.

Que Deus nos proteja.

Flávio Henrique Stringueta

Flávio Henrique Stringueta
Flávio Henrique Stringueta é delegado da  Polícia Civil de Mato Grosso
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