Você sabia que a depressão pode afetar gravemente a vida sexual de um indivíduo? Como especialista em sexualidade e atuante na área de Medicina de Família e Comunidade, é visível o efeito que a enfermidade pode causar em diversas questões tanto do corpo, quanto da mente. Para confirmar a relação entre eles, alguns dados fazem-se indispensáveis.
Uma pesquisa publicada pelo Journal of Sexual Medicine, na qual que foram entrevistados 200 homens, dentro da faixa etária de 20 a 77 anos e com níveis limítrofes de testosterona total entre 200 e 350 ng/dL, foi capaz de apontar dados que corroboram para a conexão entre depressão e sexualidade.
As informações colhidas pelo levantamento incluíam aspectos demográficos, histórico médico, uso de medicações, dentre outras, afim de apurar qual era a relação da quantidade de testosterona apresentada por esses homens em seus organismos e inconsistências na saúde mental dos mesmos.
Os resultados apontaram que a depressão e/ou sintomas depressivos estavam presentes em 56% dos participantes, totalizando mais da metade do grupo. Além disso, a pesquisa também revelou que aqueles faziam uso de medicamentos antidepressivos apresentam altas taxas de obesidade e baixo registro de atividades físicas. Eles representavam ¼ do grupo pesquisado.
Os sintomas mais comumente relatados eram: disfunção erétil, diminuição da libido, menos ereções matinais, baixa de energia e distúrbios do sono.
A conclusão obtida pelos pesquisadores foi que depressão e sexualidade estão intimamente conectadas, pelo menos no mundo masculino. Qual seria, então, a conclusão se essa atividade fosse realizada estudando um grupo de mulheres?
Segundo um estudo do instituto Nielsen, a ligação entre sexualidade e depressão também é bastante clara entre as mulheres.
A pesquisadora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, afirma que a depressão afeta mais gravemente à mulher do que o homem: “Na mulher, ela [a depressão] é mais longa e os quadros são mais crônicos e recorrentes. É possível que entre os homens a doença seja subdiagnosticada”.
Foi observado que, das mulheres que procuravam o ProSex com queixas relacionadas a depressão, metade também reclama de baixo desejo sexual. 40% dentre elas já haviam realizado alguma espécie de tratamento contra a enfermidade.
A expressividade do dado exposto acima mostra-se na próxima informação revelada pela doutora Abdo: o número de mulheres que fazem uso de antidepressivos e relatam algum tipo de disfunção sexual pode chegar à marca dos 70%.
Resumidamente, além da depressão afetar negativamente o apetite e atividade sexuais femininos, o tratamento da doença agrava ainda mais os casos e a gravidade das disfunções sexuais.
É possível afirmar, com convicção, que a relação entre depressão e sexualidade – mais especificamente problemas relacionados ao sexo – afetam negativamente ambos os sexos. Apesar de todo o estigma ao redor do diálogo sobre sexo e sexualidade, ambos são aspectos completamente naturais da vivência humana.
Assim como qualquer prática que exige alguma ação da parte física do organismo humano – alimentação, sono, locomoção, trabalho, dentre outros –, qualquer espécie de mal-estar psicológico infere criticamente no pleno funcionamento.
Por isso mesmo é que sim, a depressão diretamente na prática sexual. A saúde mental e física andam sempre juntas e não podem, em hipótese alguma, serem separadas. A boa notícia é que, por se relacionarem, cuidar de uma é cuidar também da outra, preservando o bem estar do organismo, como um todo.
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