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Artigos / Colunas / Cristhiane Brandão

18/07/2022 às 14:14

Identidade familiar como força para os negócios

Além dos laços sanguíneos, outros elos unem as famílias a suas empresas. Esse é o nosso ponto de partida, quero falar um pouco sobre a identidade da família empresária.

Não vou dar uma aula de marketing falando sobre marca, logotipo, ou comunicação visual, até porque essa não é a minha praia, o que eu pretendo é destacar o poder da identidade familiar como força para os negócios.

Buscando na memória, talvez a palavra que melhor expresse o sentido de identidade seja a “coesão”, uma unidade lógica, harmônica e coerente entre a personalidade do grupo familiar e as suas atividades econômicas.

Um grupo familiar com objetivos bem alinhados, enxerga com maior facilidade o sentido da continuidade da empresa e aqui, a identidade familiar torna-se o elemento central, inspirando a união da família em torno de um único objetivo, a sua longevidade.

O que se busca neste processo de construção de uma identidade é semear e colher das fontes primárias, lá onde estão plantados os conceitos básicos, desde a história da criação, passando pelos princípios (elementos irrevogáveis), valores, chegando na visão de futuro, na construção do legado.

De maneira inconsciente, essa identidade tende a se modelar de forma orgânica em torno da personalidade de seus líderes ao longo do tempo.

O grande desafio está justamente na compreensão de que o cerne dessa identidade deve e pode ser construído de forma coletiva, aglutinando os fragmentos positivos de cada indivíduo, para que a identidade transpareça a força da família e dos negócios.

Essa proposta é um convite para a construção contínua de uma identidade que cresce, amadurece e se transforma, sem perder jamais a sua essência. Os sucessores devem ser os portadores dessa bandeira, e as novas gerações devem ser acolhidas e sempre bem-vindas. A identidade familiar pode se tornar uma das melhores ferramentas para o seu negócio.

Até porque esse caminho é uma via de mão dupla: ao mesmo tempo que a família traz sua identidade para a empresa, também assimila a importância e o valor da preservação da empresa.

Normalmente, o fundador não tem consciência do processo de formalização da identidade, pois está muito preocupado com a gestão do negócio. A segunda geração é que precisa se encarregar de manter o que a primeira construiu.

Com a transferência geracional, o desafio é identificar, formalizar e acolher o que a geração seguinte traz de diferente. Nesse processo, é vital promover um alinhamento com os valores da identidade familiar entre os membros da família, e num segundo momento com os gestores, fortalecendo a cultura e legado familiar.

As gerações futuras precisam ter contato com os atributos que compõem a identidade da família. Quanto mais cedo isso ocorrer, melhor, pois conforme as gerações avançam, o contato com o legado do núcleo familiar fundador tende a diminuir.

“A identidade da organização é uma combinação entre seu propósito (razão de ser), sua missão, sua visão (aonde quer chegar), seus valores e princípios o que é importante para ela e a forma como são tomadas as decisões”, diz o estudo do IBGC, Compliance à Luz da Governança Corporativa, de 2017.

Então ficam as perguntas: Quem somos como família? E como família empresária? Nossa identidade familiar está adequada a nossos negócios? Estamos preparados para entender, aceitar e trabalhar como família no negócio?

Cristhiane Brandão

Cristhiane Brandão
Cristhiane Brandão, conselheira de Administração em Formação, consultora em Governança & Especialista em Empresas Familiares. Sócia fundadora da Brandão Governança, Conexão e Pessoas
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