20/02/2019 às 21:01
Hoje levantei no horário habitual, 5h45, fui para o programa de rádio na Jovem Pan, que começa às 6h30 e vai até às 7h30, nas agradáveis companhias de Paulo Sá e de Onofre Ribeiro, amigo de longa data. Até por isso sempre há uma resenha após o programa. Quando sai da rádio o meu telefone já tinha tocado oito vezes.
Tenho o hábito de retornar todas as ligações. Confesso que ao fazer isso descobri que nenhuma era útil: Agência bancária querendo vender título de capitalização, operadora de telefone querendo mexer no plano, para eu pagar mais, óbvio, editora querendo vender revista e um consignado querendo me enfiar uma merreca de dinheiro por um juro de outro planeta.
O dia está seguindo seu curso normal e eu em meus afazeres. O telefone não pára. Hoje já teve até um presidiário querendo dados para renovar um cadastro de um banco que nem tenho conta. Descobri que era bandido no ?alô?; sotaque estranho e um português horrível. Jamais estaria empregado em um banco ou call center alguém que não sabe sequer se comunicar, mas tentou roubar, descobri e ainda fui xingado.
Sentado em frente ao computador, abri a caixa de e-mail: 28 e-mails não lidos de ontem à noite dos quais dois eram úteis. Os demais ou tentavam me vender alguma coisa ou tentavam me ?passar a perna?. Tem ainda aqueles que não dá coragem nem de abrir. O telefone toca e do outro lado uma voz doce e suave me perguntando se eu não posso ajudar uma instituição que faz caridade ?fácil, o senhor dá dinheiro e nós te damos um terço?. Mal sabia a moça que meu rosário já estava arrebentando. Não aguentei. Parei tudo e resolvi escrever. São apenas 11h35 da manhã. Não tenho dinheiro nem para atender as necessidade reais. Se tivesse e atendesse aos que entraram em contato comigo somente nesta manhã, certeza que já teria distribuído mais de um bilhão. Trabalhar parece que ninguém quer.
Na era do estresse, da ansiedade, da depressão, de escândalos políticos, de operações policiais, de tragédias anunciadas se efetivando e noticiários deprimentes, parece estar tudo errado. Por ora viver em comunidade virou sinônimo de insatisfação. Até parece que complicar é mais importante que consertar. Viver adoece e o mal venceu a paz.
Vivemos um momento conturbado da história da humanidade. A insatisfação é evidente e as razões são enormes. Na era da tecnologia e do consumismo, tentar tirar algum proveito de alguém parece ser regra. Falar mal mesmo que sem fundamentos dá um ar de inteligência.
Agora, já ao meio dia, abro minha rede social e alguém que não conheço e provavelmente não concorda com o que penso; e quando penso, escrevo e publico, escreve: esse aí é um idiota que calado é um poeta. Sabe, apesar das facilidades da modernidade, tá difícil conviver. Mais uma ligação: TV a cabo. Ainda faltam doze horas para terminar o dia!
Por João Edisom
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