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Artigos / Colunas / Meire Falcão

12/04/2023 às 14:25

Como aumentar a eficiência da Gestão Pública?

A Gestão Pública é área da administração voltada para o setor público, sendo responsável por trabalhar com pautas de interesse coletivo, como educação, saúde, moradia, trabalho e a redução das desigualdades sociais.

O papel do gestor público é garantir o desenvolvimento social e econômico, através de ações eficazes e estratégicas.

Dessa parte você já sabe, e sabe também que para garantir tudo isso, é preciso grande competência na gestão dos recursos financeiros oriundos dos impostos municipais, estaduais e federais.

Existem muitos programas investindo em ferramentas e tecnologias, e na maioria dos órgãos de todas as esferas, exista um desejo grandioso de promover impacto positivo na vida, principalmente das pessoas que dependem diretamente dos serviços públicos.

Muito evoluímos até aqui, da Lei de Responsabilidade Fiscal a Nova lei de Licitações, grandes aparatos de transparência, controle e fiscalização.

Muito se falou, e se fala, em combate a corrupção e existem iniciativas incríveis para isso, e outros gargalos que muito já atormentaram a gestão pública.

Aqui, quero citar apenas o seguro para garantia de entrega de obras públicas, exigido de construtoras para assegurar o cumprimento dos contratos, e evitar as obras intermináveis e inacabadas que já causou muito prejuízo aos cofres públicos, e como consequência danos as comunidades.

Mas por que é que apesar de tanta evolução, em muitos lugares ainda estamos longe da tão desejada eficiência na gestão pública?

Segundo o ranking de eficiência dos municípios, disponível no site da Folha de São Paulo, que avalia indicadores e aponta quem entrega mais saúde, educação e saneamento gastando menos, Mato Grosso possui 1 município considerado eficiente, 14 com alguma eficiência, e os outros com pouca eficiência ou ineficientes.

O conceito de eficiência vai dizer que é a capacidade de ser efetivo, ser competente, produtivo, e de conseguir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou dispêndios e isso vai nos remeter ao comportamento humano, muito mais do que aos recursos. Sim, assim como em todo lugar, também da gestão pública o comportamento humano é o fator chave para o sucesso.

Stephen Covey, mestre em Administração pela Harvard, mundialmente conhecido pelo livro Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, foi consultor pessoal de ex-presidentes  como Bill Clinton, e considerado um dos 25 norte-americanos mais influentes, certa vez disse: “A tecnologia vai reinventar os negócios, mas a relações humanas continuarão sendo a chave para o sucesso”. Isso continua sendo verdade e em qualquer negócio ou organização, especialmente as públicas.

O fato é que de nada diante da legislação, computadores, softwares, estrutura física, veículos novos e uniforme bonito, se não investirmos fortemente no desenvolvimento das pessoas. Os níveis de engajamento e motivação dos colaboradores impactam diretamente na produtividade da equipe e, consequentemente, nos resultados obtidos pela organização como um todo.

Em janeiro de 2018, a Gallup publicou um estudo dizendo que 85% dos colaboradores nos Estados Unidos não se sentem engajados com seus empregos. Isso representa um custo anual de 450 bilhões de dólares. Segundo a revista Exame, no Brasil ainda não há uma estimativa precisa, porém, fazendo uma correlação com o PIB esse custo se aproximaria de 150 bilhões de reais por ano.

Sabemos que nas organizações públicas não é diferente, o engajamento dos servidores impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados, resolução das demandas, na satisfação dos usuários e aprovação da gestão.

Produtividade no trabalho, entrega com qualidade e cumprimento de objetivos e metas passam necessariamente pelo desenvolvimento de habilidades e competências e, um compromisso com o crescimento pessoal e profissional.

Além da qualificação técnica, hoje em dia, mais do que nunca, é fundamental para o bom resultado as habilidades de relacionamento humano, uma vez que o engajamento e trabalho em equipe são o grande desafio das organizações.

Estudos apontam, que a grande maioria do dinheiro público desperdiçado encontra seu ralo no retrabalho, perda de prazos, burocracia exagerada e outras causas do comportamento humano que não tem nada com desvios ou corrupção.

Sendo assim, só existe um meio de se obter gestão pública mais eficiente, cidades, estados e uma nação desenvolvida e sustentável – Ter pessoas competentes, conscientes do seu papel e com um forte desejo de criar impacto positivo no mundo, e isso conseguimos investindo em desenvolver habilidades, competências e expandir a consciência das pessoas. 

Meire Falcão

Meire Falcão
Especialista em Gestão Estratégica do Serviço Público 
Mentora de Liderança de Desenvolvimento Humano 
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