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07/12/2020 às 11:52

40 anos de gratidão a Mato Grosso

Neste ano, faz 40 anos que Mato Grosso se tornou o meu estado e Cuiabá a minha cidade do coração. Cheguei à capital em 1980, quando meu irmão Lázaro já vivia aqui. Nós dois viemos do município de Patrocínio, Minas Gerais, e decidimos nos tornar sócios em um pequeno negócio de ferragens e materiais de construção.

Com apenas 19 anos, eu já tinha muitos planos e sonhos em mente. Lembro que, na época, a avenida Fernando Corrêa era duplicada somente até a UFMT e a nossa empresa, Ferragista Boa Esperança, ficava mais à frente, em um trecho com muita poeira.

No início, nós não tínhamos condições para comprar nem um ventilador, morávamos no fundo da loja e, para dormir, molhávamos o colchão para “refrescar” do calor. O fato de trabalharmos muito durante o dia ajudava bastante, pois chegávamos tão cansados que era fácil dormir, apesar do clima de Cuiabá.

Fazíamos um pouco de tudo, descarregávamos tijolos, realizávamos entregas..., ou seja, a vida não era fácil, mas éramos felizes porque tínhamos o sonho de vencer nesta terra que nos acolheu. Na época, a cidade sofria com falta de água, então íamos com o caminhão no rio Coxipó e enchíamos caixas de água para nos manter por alguns dias.

 

Nos finais de semana, o “point” era ir para Santo Antônio de Leverger, onde as praias lotavam. Para chegar lá, o trajeto era bem congestionado. As pessoas se aglomeravam nas margens do rio Cuiabá, que era limpo, tinha água transparente. Depois de certo tempo, o destino da população cuiabana passou a ser Chapada dos Guimarães, que já recebia muitos turistas.

Outra lembrança que ficou marcada em minha memória e que me trouxe grandes amigos foi o período que fiz cursinho no Objetivo. Na primeira semana, já fui no sábado comer peixe na casa de um novo amigo. Descobri cedo que a hospitalidade e a alegria do povo cuiabano era uma tradição genuína. E assim, fomos desenvolvendo junto com Cuiabá, os bairros foram se expandindo e muita gente chegando de outros estados.

Após 15 anos de sociedade com meu irmão, decidimos cada um cuidar do seu próprio negócio e, na época, eu já estava casado com minha esposa, Márcia, e resolvemos abrir nossa loja no bairro Verdão, onde funciona até hoje. Juntos, enfrentamos grandes desafios, e depois vieram os nossos filhos, Paulo, Tiago e Rafael, que até hoje trabalham conosco na empresa, que em breve terá sua terceira filial.

 

Com o tempo, os planos foram crescendo e os nossos sonhos se realizando. Na década de 90, o segmento de materiais de construção era bastante desorganizado e eu acreditava na força do associativismo e, assim, participei da fundação da Acomac - Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de MT, pois a ideia sempre foi a de que os comerciantes são parceiros e não concorrentes.

Esse foi o início do meu envolvimento nas causas associativas. Também vislumbrei a necessidade da criação de um sindicato, o Sindcomac, onde também participei de sua fundação. Com o desenvolvimento de diversas ações para o setor, fomos ganhando credibilidade e, como resultado de todo esse trabalho, acabei assumindo a presidência do Sistema Fecomércio/Sesc/Sena/IPF Mato Grosso.

Diante de tantas histórias, tenho o maior orgulho e gratidão pelo que eu e minha família construímos nesta terra. E ainda tive a honra de ser homenageado com os títulos de cidadão mato-grossense e cuiabano. Agradeço profundamente por esse estado, essa cidade e todas as pessoas que passaram pelo meu caminho. Com toda certeza, meu coração bate por Mato Grosso.
 
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