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Notícias / Cinema

21/01/2021 às 11:23

Curtas de jovens de MT serão projetados em morro do Rio para a favela da Rocinha

Produções audiovisuais dirigida pela Isabela Ferreira e interpretada por Isadora Pardal integram programação de filmes e clipes musicais do Projeta Rocinha

Maria Clara Cabral

Produção audiovisuais de curta e longa duração, entre filmes de ficção, documentários e clipes musicais serão projetados no Morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, para a população da favela da Rocinha a partir desta sexta-feira (22). Entre elas, duas realizadas em Mato Grosso, capitaneadas por jovens artistas do estado e que questionam o racismo de suas manifestações mais explícitas às mais veladas.

São elas: ‘Flor da Pele’, da atriz Isadora Pardal, e ‘Como Ser Racista em 10 Passos’, curta mato-grossense da carioca Isabela Ferreira, que também vive em Cuiabá. Estima-se um público de 100 mil pessoas assistindo as produções e intervenções poéticas, durante três dias de evento, até o domingo (24).

Para isso, o Morro Dois Irmãos ganhará uma projeção com dimensões espetaculares de 50 metros de altura por 90 de largura – o equivalente a meio quilômetro ou cinco edifícios de 18 andares, lado a lado, onde o som dos filmes e clipes será disponibilizado aos moradores via streaming e por meio da rádio comunitária local.


Uma importante vitrine para as jovens, que integram a mesma programação com cineastas de sucesso de bilheteria, como ‘Minha Mãe é uma peça 3’ e ‘Fala sério, Mãe!’, e produções aclamadas, como ‘Gonzaga: De pai para filho’, vencedor do prêmio de Melhor Filme no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro.

Entre os clipes musicais, já estão confirmados vídeos de os Titãs, Liniker e os Caramelows, Majur, Marília Coelho e Luthuly.

Os vídeos

Com trilha sonora de Karol Conka, Preta Rara e dos rappers mato-grossenses Pacha Ana e Costak,
‘Como Ser Racista em 10 Passos’ provoca e denuncia. O filme dirigido por Isabela Ferreira, traz à tona o racismo estrutural velado em situações normalizadas no cotidiano e é produzido por equipe de realizadores negros de Mato Grosso.

O enredo de ficção, desenvolvido em cerca 13 minutos, partiu de uma disciplina do curso de Rádio e TV da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Após estreia que lotou o Centro Cultural da universidade, foi exibido e premiado em festivais independentes. Foi a atriz do filme, Lupita Amorim, quem fez a ponte para a participação no Projeta Rocinha.

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Em ‘Flor da Pele’, que está previsto para a abertura do evento, Isadora Pardal "atua" relatando suas vivências de todo o contexto do roteiro de um minuto, que, conforme a diretora e preparadora de elenco Bia Oliveira, do
Rio de Janeiro,traz a identidade de uma menina preta de 13 anos diante do cenário de discriminação racial que o país está submerso.

A direção de Bia foi feita a distância, via plataformas de videochamada. 'Flor da Pele' tem a produção da BIARTE Filmes em parceira com a Produtora One World Media, situado em Los Angeles, dirigida pela jornalista Bianca Dubeux Mcmahan.

O vídeo da Isadora foi escolhido após participar do Projeta Rocinha após participar, no último mês de dezembro, do Festival 'Lifft India', um evento global que promove cineastas independentes, estudantes e profissionais nas linguagens de literatura, ilusão, informação, cinema, frame, televisão e teatro, anualmente em Lonavla, um destino turístico da Índia.

"Isadora é uma atriz extremamente antenada e dedicada. Ela escreveu o texto do filme Flor da Pele, que tem um minuto, e que estava concorrendo no Festival da Índia. Juntas pegamos o texto, estudamos, e eu roteirizei para filmarmos de forma remota com o celular, no auge da pandemia. Um momento de sofrimento mundial", destaca Bia Oliveira.


As artistas

Nascida no Rio de Janeiro, Isabela é formada em Rádio e TV pela UFMT, trabalha como social media e realizadora audiovisual em Cuiabá desde que se mudou para Mato Grosso para estudar. Vem atuando em diversos projetos coletivos no audiovisual e movimento negro.


Recentemente a realizadora integrou o elenco da temporada do Cineclube Futura, projeto do Canal Futura, da Rede Globo. Em episódio do Cine Comentário Sonoro, realizado pelo Cineclube Coxiponés, ela relata experiências de bastidores de 'Como ser racista em 10 passos'.

Isadora Pardal é cria do ator e diretor André D'Lucca, na escola de teatro Espaço Incasa, onde participou de diversas oficinas que se tornaram peças: Relatório Figueredo; Chapeuzinho é de VG, vovó do CPA e lobo mau anda de moto; O trono de Ferro; Dentro de mim, estômago, coração e rim.

Na televisão participou da primeira temporada da Escolinha da Almê, também idealizada por D`Lucca, quadro humorístico na TVCA, e participou da primeira temporada da web série 'A casa', que foi selecionada em 4 categorias para concorrer no festival Rio Webfest em novembro 2020. Isadora também está na produção de um longa-metragem chamado 'Em busca do sucesso'.
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