Entre os dias 1º e 4 de março, a II Mostra Etnomídia Indígena – Entidades Virtualizadas – disponibiliza gratuitamente vídeos sobre a temática indígena nocanal no Youtube e nas redes sociais do evento. Sessões serão realizadas em aldeias de Mato Grosso, das 17h às 21h (horário de Cuiabá).
De acordo com a organização, o objetivo é privilegiar comunidades indígenas e, assim, democratizar o acesso à eventos apoiados pelas Leis de Incentivo à cultura no estado. Serão contempladas as Aldeias Vila Nova Barbecho, do povo Chiquitano, a Aldeia Umutina, do povo Umutina-Balatiponé, e as Aldeias Meruri e Naburi Eiao, do povo Boe-Bororo.
Segundo o psicólogo Soilo Urupe Chue, liderança do povo Chiquitano, a Aldeia Vila Nova Barbecho já está se preparando e a mostra deve acontecer no barracão da comunidade. Já o bacharel em direito Liberio Uiagumeareu, liderança do povo Boe-Bororo, informou que antes das transmissões dos vídeos, a comunidade irá realizar debates sobre os temas abordados em cada filme.
“Mídias indígenas auxiliam na difusão das informações e culturas. Esse festival promove o empoderamento de comunicadores indígenas e da importância do trabalho realizado por todos na defesa dos territórios, fortalecimento político e pautas variadas sobre tudo que precisa de visibilidade. Indígenas são ainda uma realidade invisível para grande parte da população que desconhece na contemporaneidade suas histórias e mundos”, afirma a curadora da mostra, Renata Tupinambá
A segunda edição do projeto foi contemplada pelo Edital Mostras e Festivais, da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (Secel), com recursos da Lei Aldir Blanc.
Os filmes
Entre as obras selecionadas está 'Kaapora - O Chamado das Matas de Olinda Muniz Tupinambá'. A narrativa mostra a ligação dos Povos Indígenas com a Terra e sua Espiritualidade, do ponto de vista de Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.
Outra obra que, conforme a curadoria do evento, não poderia ficar de fora, é o documentário mato-grossense do jovem Rafael Irineu, que conta a história e mostra o cotidiano de 'Majur', que é uma porta-voz indígena LGBTQI+ do povo Bororo-Boe, da região de Rondonópolis.
O documentário 'Mandayaki e Takino', que é o registro feito por um casal de seus filhos pequenos, também está confirmado. O casal Yariato e Dadiwa produzem, sem pretensão, uma micro etnografia de um momento da vida doméstica em uma aldeia yudjá, na Terra Indígena Xingu, no Mato Grosso.
Outra obra mato-grossense que será transmitida é 'Tecendo Nossos Caminhos', que mostra seis anciãos do povo Manoki da Amazônia brasileira que ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem essa importante dimensão de seus modos de existência.
Contudo, além dos documentários, a Mostra também irá disponibilizar o vídeo clip de Matsy Waurá, que pertence ao povo Kayapó e Waura, que habita o território indígena Capoto/Jarina e T.I Xingu. Membro do Movimento Mebengôkre Nyre de jovens indígenas, é artista, compositor, defensor dos direitos humanos e ativista da causa indígena e ambiental.
Com assessoria
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