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Notícias / Artes

11/03/2021 às 12:27

Necropolítica, gênero e sexualidade permeiam exposição Manga Coração de Boi

Sol Ferreira concebe seus trabalhos por meio da reciclagem de materiais de sucata

Leiagora

Necropolítica, gênero e sexualidade permeiam exposição Manga Coração de Boi

Foto: Divulgação

A exposição “Manga Coração de Boi” apresenta na Centro Cultural Casa das Pretas – IMUNE MT, telas e objetos escultóricos em autoria do pluriartista Sol Ferreira, pessoa trans não-binárie, de 22 anos, cuiabane e morador de Várzea Grande.

Sol concebe seus trabalhos por meio da reciclagem de materiais de sucata e perpassa, principalmente, pelos temas: Necropolítica, gênero e sexualidade, além de regionalismos. Suas principais referências são Vitória Basaia, Gervane de Paula, Ave Terrena, Ventura Profana e Paul Preciado. Assim, a exposição leva essa nome, pois transversaliza aspectos mato-grossenses, como a manga coração de boi, frequente no cerrado, e a relação de nossa estado com a agropecuária e as existências de pessoas trans.
“Manga Coração de boi” é uma resposta à histórica ausência de corpas pretos y transgêneres em galerias de artes. Sol é o primeiro jovem trans não-binárie a conceber e realizar uma projeto com essas proporções, em Cuiabá. Logo, fomentar a produção e a comercialização de artes mato-grossenses y trans, é possibilitar acessos espaciais e pensamento crítico, a partir das estéticas apresentadas por essa população.

Assim, as transformações seguem vivas, já que além do diretor geral, essa projeto existe com uma equipe composta integralmente por pessoas trans e negras, o que culmina numa importante pacto de fortalecimento, já que segundo o dossiê anual da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais), em 2020 o Brasil liderou o ranking de morte de pessoas trans no mundo, sendo MT, um dos maiores focos.

Já o apoio financeiro, este permeia desde a Centro Cultural Casa das Pretas até cada pessoa participante do projeto y fomenta também, conquistas de artistas perifériques que diariamente são prejudicades pelo contexto de pandemia da COVID-19, em dificuldades cotidianas.

Portanto, é essa o início de nossa jornada para transformar Mata Grossa em produto-sentimento-territória, para aqui valorizarmos diversidades raciais e de gênero, perpetuando a públicas o diálogo com talentos das artes plásticas brasileiras y a continuidade das ocupações de espaços negados, mas sempre, conosco, reivindicados.
Depoimentos sobre o artista
“Sol Ferreira, melhor poeta dessa geração que eu já ouvi, a poesia que vem de Sol tá madura e é necessário que eu diga.” - Luciene Carvalho
"Sol carrega em sua arte um multiverso. Suas poesias, telas, escultóricos e performances apontam, espelham, fragmentam e desfragmentam noções cisheteronormativas e antiambientalistas. Causa calafrios, formigamentos, arrepios e borboletas que nascem, vivem, se reproduzem, morrem e renascem em nossos estômagos apenas para nos provocar. Ele queima." - A Luisa Lamar
"Único e incomparável, o Sol é sua arte, uma poesia viva que pulsa vida em movimento. Celebro sua existência e vibro positivamente para o seu sucesso." - Lupita Amorim
“O Centro Cultural Casa das Pretas orgulhosamente recebe o brilho de Sol, com a beleza e a leveza de aquecer corações, iluminar caminhos e encantar mundos.” - Antonieta Luísa Costa (Nieta)

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