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19/03/2021 às 09:21

Teatro em miniatura revive memórias da Casa de Bem-Bem

Iniciativa selecionada pela Lei Aldir Blanc trabalha com teatro, audiovisual e fotografia

Leiagora

Teatro em miniatura revive memórias da Casa de Bem-Bem

Foto: Divulgação

“Encaixotando histórias da Casa de Bem-Bem” será lançado em formato digital. O público terá acesso a três apresentações de Teatro em Miniatura, um documentário e uma exposição fotográfica. Estes conteúdos estarão disponíveis, a partir de quarta-feira (24.03), no site www.historiasdebembem.com.br. O projeto foi selecionado no Edital MT Nascentes, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SECEL) e é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc.

Portanto, além das peças de Teatro em Miniatura (o popular Lambe-Lambe), o site irá abrigar um curta-metragem híbrido, produzido pela VK Produtora (Augusto Krebs e Thiago Veloso), abordando todo o itinerário do projeto, desde as pesquisas arqueológicas até as expressões artísticas. E os visitantes ainda poderão conferir uma exposição composta por registros fotográficos relacionados ao tradicional imóvel, da fundação aos dias atuais. Estarão expostas 100 imagens cedidas por amigos e familiares de Constança Figueiredo Palma, a saudosa Dona Bem-Bem.

A proposta inicial é que o projeto fosse apresentado em espaços públicos, porém, devido à atual situação da pandemia, optou-se pela adequação ao contexto virtual. A ideia é que esta experiência online transmita ao espectador uma sensação parecida àquela de quando se assiste presencialmente uma peça com o olho no buraco da caixinha. Aliás, Lambe-Lambe é uma linguagem teatral que trabalha com formas animadas em espaços cênicos mínimos, no caso as caixas.

Assim, no intuito de criar essa atmosfera mais intimista, as apresentações foram gravadas na Praça da Mandioca. Usou-se câmera subjetiva (plano que mostra a visão da personagem em filmes) para aproximar ainda mais o espectador. Juliana Rosa, a Mestra de Cerimônia, recebe o visitante virtual e discorre brevemente sobre o projeto.

Liudmila Diaz, Thaísa Soares e Márcio Costa, responsáveis pela criação das caixas e de suas respectivas dramaturgias, também irão se apresentar e dar as boas-vindas ao público. Então a câmera adentra a primeira caixa e a magia acontece. E tudo isso através do site ou do QR Code do projeto.

Serão apresentadas, em sequência, as três histórias, uma de cada caixeiro, termo pelo qual são chamados os artistas de Teatro Lambe-Lambe. Os espetáculos são bem curtinhos, como é característico desta linguagem teatral. Cada caixa guarda em si memórias de um respectivo período do casarão edificado na primeira metade do século XIX na antiga rua do Campo (atual rua Barão de Melgaço).

“Encaixotando histórias da Casa de Bem-Bem” é fruto de uma parceria entre a Cia Pé de Pano e o Instituto Homem Brasileiro (IHB). “A ideia é fomentar a valorização do patrimônio material, representado pelo Casarão, e do patrimônio imaterial, relacionado aos festejos e à memória, através de formas lúdicas e artísticas”, explica a artista-pesquisadora Liudmila.

Histórias das caixas

As narrativas de cada caixa compõem, juntas, uma linha cronológica acerca deste importante patrimônio mato-grossense. E além da perspectiva temporal, também podem ser divididas, respectivamente, em três eixos temáticos: família; festejo e desabamentos/reconstrução.

A dramaturgia fez uso de ditos populares proferidos com frequência por antigos moradores e visitantes. Aliás, as personagens foram batizadas com nomes de pessoas que frequentavam a casa, como por exemplo as irmãs de Dona Bem-Bem. O objetivo é tentar reconstituir a essência do local a partir de elementos significativos e simbólicos. “A gente tenta, de alguma forma, devolver a memória da família”, relata Liudmila.

A primeira caixa, criada por Thaísa Soares, aborda a receptividade da família e do espaço ao longo dos anos. Aliás, o histórico casarão, adquirido pela família de Dona Bem-Bem em meados de 1850, é um dos símbolos da hospitalidade cuiabana, característica expressa na própria arquitetura da casa e cristalizada na memória coletiva da população.

A segunda caixa, de autoria de Liudmila Diaz, é centrada no quintal e nas festividades, afinal a residência também se notabilizou por sediar, entre as décadas de 1970 e 80, as tradicionais festas de São Benedito. Portanto, concomitante aos festejos, esta caixa irá abordar outros elementos da cultura local, como viola-de-cocho, santos, danças e culinária.

Já a terceira caixa, concebida por Márcio Costa, foca na fachada e trata de eventos recentes, como os dois desmoronamentos, em 2017 e 2018, que comprometeram os alicerces da secular construção. E também destaca o processo que possibilitou reerguer esta estrutura para sua devolução social, materializada pela criação do Centro Cultural Casa de Nhonhô Manduca.

As caixas foram criadas em processo colaborativo decorrente de pesquisa coordenada por membros do IHB. O resultado desta pesquisa foi apresentado aos caixeiros e estes tiveram autonomia para criar suas histórias dentro dos respectivos recortes temporais/temáticos do projeto.

Serviço:
Inauguração do site: Quarta-feira (24.03)
Link: http://historiasdebembem.com.br/home/
Atrações: Apresentações de Teatro Lambe-Lambe, documentário em curta-metragem e exposição fotográfica

Ficha Técnica:
Pesquisa: Gabriele Viega / Liudmila Diaz / Natália Betarello / Pricila Silva
Equipe de Caixas – Liudmila Diaz / Márcio Ney Costa / Thaísa Soares / Juliana Rosa
Sonoplastia e Audiovisual – Augusto Krebs / Thiago Veloso / Karola Nunes / VK Produtora
Consultoria Artística – Grupo Girino e Millena Machado
Figurino – Einstein Halking
Assessoria Administrativa – Jovanka Rodrigues
Arte Gráfica: Yah Arte Gráfica
Programador de Sistema – Marcus Venícius Silva
Assessoria de Imprensa – Túlio Paniago
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