A professora universitária Ludmila de Lima Brandão adquiriu, em 2019, uma casa erguida possivelmente no final do século XVIII. Localizado na antiga Rua do Meio, no Centro Histórico de Cuiabá, a residência de número 603 precisava de reparos. Foi então que Ludmila, que também é arquiteta e historiadora, pensou em compartilhar a experiência de se restaurar um imóvel de mais de dois séculos. Surgia assim “Memórias de um restauro”.
Selecionado pelo Edital de Fomento da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá, com recursos da Lei Aldir Blanc, o projeto ganhou forma e o espaço abrigará a Residência Artística da Paratudo Artes, composta por Ludmila, Fred Gustavos (Fotógrafo e Artista Visual), Suzana Guimarães (Doutora em História), Quise Gonçalves (Doutora em Estudos de Cultura Contemporânea) e Giordanna Santos (Doutora em Cultura e Sociedade).
A ideia era inaugurar com uma exposição sobre o próprio processo de restauração do espaço. Porém, por conta da pandemia, optou-se por uma exposição virtual que será lançada, às 16h desta sexta-feira (16.04) por meio do YouTube e Facebookda Paratudo Artes.
O projeto tem como finalidade cristalizar a experiência de restaurar, evidenciando tanto os problemas identificados quanto as soluções encontradas. A ideia é justamente compartilhar os conhecimentos produzidos neste percurso.
“É a oportunidade de efetivar essa memória e compartilhar os conhecimentos produzidos ao longo da requalificação, que acreditamos poderá não apenas beneficiar profissionais e estudantes que desejam atuar com patrimônio histórico, mas, principalmente, sensibilizar outros proprietários e moradores para iniciativas semelhantes”, comenta Ludmila.
Localizada no coração do Centro Histórico, o espaço construído ocupa todo o lote, cerca de 80 m², e é constituído de sala, quarto, cozinha, banheiro e espaço anexo para ateliê. A narração da experiência de restauro e os resultados desse processo compõem o principal produto da exposição.
“O Centro Histórico de Cuiabá precisa de um estímulo aos projetos de recuperação/restauro/adaptações de modo a torná-lo um lugar atraente para usos compatíveis com sua condição de patrimônio arquitetônico”, reforça Ludmila.
O arquiteto André Campos, responsável pela restauração, e o fotógrafo Fred Gustavos, captaram várias imagens ao longo da obra, o que possibilitou documentar, registrar e refazer todo este percurso. Tais registros estarão expostos em um espaço expográfico.
Além da exposição, o projeto também pretende abrir a casa para visitas guiadas presenciais e virtuais, com mediação da proprietária e/ou do arquiteto responsável. E uma outra ação é a disponibilização de materiais educacionais sobre o restauro para instituições de ensino superior.
Fotos: Fred Gustavos
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