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Notícias / Diversidade

13/05/2021 às 10:10

Cuiabá participa de ato nacional pelo fim do genocídio negro

Manifestantes se reúnem na Praça da Mandioca sob o lema “Nem bala, nem fome, nem covid. O povo negro quer viver!”

Túlio Paniago

Cuiabá participa de ato nacional pelo fim do genocídio negro

Foto: Ilustração

Em 13 de maio de 1988 foi abolida a escravatura em todo o território nacional. A data, posteriormente, se tornaria o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. Não por acaso, nesta quinta (13.05), acontecem manifestações em todo o país contra o genocídio negro. Em Cuiabá, a mobilização começa a partir das 18h na Praça da Mandioca. Estão previstos atos em mais de 20 estados e no Distrito Federal.

“É histórico. Os movimentos sociais negros de Cuiabá, juntamente com outras entidades, estão organizando suas indignações a partir de um ato realizado em diversos estados do Brasil. E o 13 de maio é um dia que marca a luta do povo preto contra o racismo e contra o genocídio à população preta”, comenta Lupita Amorim, coordenadora do Coletivo Negro Universitário da UFMT.

A mobilização nacional partiu da Coalização Negra por Direitos que, em Mato Grosso, é composta pelas seguintes entidades: Coletivo Negro Universitário da UFMT, Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso e UNEGRO PANTANAL. E o ato ainda conta com o apoio da Associação Umbandista do Estado de Mato Grosso e do Centro Espírita Nossa Senhora da Glória.

Sob o lema “Nem bala, nem fome, nem covid. O povo negro quer viver!”, o ato protesta contra operações policiais que resultam em mortes em favelas e comunidades do Brasil, como o recente massacre na Favela do Jacarezinho (RJ), além de reivindicar o auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e o direito da população negra à vacinação pelo SUS.

Quando se fala em genocídio, refere-se a mortes sistemáticas de jovens negros e negras nas periferias brasileiras. Mais de 75% das vítimas policiais pertencem ao grupo racial. Pesquisas recentes indicam que este índice está em alta, afinal, nos últimos 11 anos, o número de homicídios de pessoas negras aumentou 11,5%. Os dados são do Atlas da Violência (2020), feito com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

A própria pandemia, potencializada por questões sociais, também é mais letal entre a população negra. São 250 óbitos de homens negros a cada 100 mil habitantes, enquanto este número é de 157 entre os brancos. Entre mulheres negras são registradas 140 mortes a cada 100 mil habitantes, contra 85 por 100 mil entre as brancas.

A organização do protesto orienta que os participantes compareçam de máscaras e que higienizem as mãos com álcool em gel constantemente, além de manter, o quanto possível, o distanciamento social seguro.

A Coalizão Negra por Direitos reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional. As entidades definem estratégias para intensificar o diálogo com o Congresso Nacional e com instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a pauta racial, além de fortalecer ações nos estados e municípios brasileiros nesse sentido.
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