A arte de produzir redes será tema do Cine Debate “Conterrâneos - Identidades da Nossa Terra”, do Sesc Arsenal, na noite de hoje (19). Estará na telona neste Dia Nacional do Cinema o documentário “Redeiras - Tecendo Cultura com Arte e Tradição”, de Tati Mendes, sobre a prática artesanal da família Lemes, do distrito Limpo Grande, em Várzea Grande. A entrada é gratuita e o filme será exibido às 19h.
Após a exibição, haverá um debate com a diretora do filme e com as redeiras de Limpo Grande, personagens da obra.
A beleza e o colorido das redes feitas de forma totalmente artesanal em tear vertical despertaram o olhar da cineasta Tati Mendes, que decidiu homenagear cinco mulheres da família Lemes, que há mais de 50 anos se dedicam a essa técnica, curiosamente conhecida como ‘redes cuiabanas’.
O projeto “Redeiras - Tecendo cultura com arte e tradição”, contemplado pelo edital Conexão Mestres da Cultura, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), com recursos da Lei Aldir Blanc, oferece, ainda, uma exposição fotográfica, também assinada por Tati Mendes, em cartaz no Sesc Arsenal.
Reconhecida como profissional do cinema, mas na produção, o filme é o primeiro em que Tati Mendes dirige. Em poucas palavras, a diretora não esconde a ansiedade: “O filme da minha estreia como cineasta”.
Tradição
Na comunidade Limpo Grande, as redes são feitas por mulheres há mais de quatro gerações. A produção da chamada ‘rede cuiabana’ conserva a técnica do tear vertical, herança da cultura indígena.
“Manter a tradição é a ordem dessas mulheres, por capricho ou necessidade, não importa. O que importa é o quanto essa resistência representa para a cultura de um povo, o quanto nos ensina de resiliência, o quanto valoriza sua comunidade, o quanto contribui para o fortalecimento do patrimônio cultural imaterial do Estado de Mato Grosso”, ressalta Tati Mendes.
A arte de fabricar redes é atribuída aos índios Guanás (etnia Chané-Guaná), que inicialmente usavam fibras de tucum para sua confecção e segundo historiadores, foram as mulheres dos colonos que passaram a usar o algodão como fibra, desfiando-o e fazendo as linhas com as mãos.
Mais tarde, passaram a tingi-los, com tintas naturais e foi certamente pela herança portuguesa que os motivos, desenhos, varandas e franjas foram integrados, criando assim, a arte das magníficas redes.
Com Assessoria Secel/MT
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