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25/11/2021 às 17:48

Viola de cocho ganha museu em Santo Antônio do Leverger

Inauguração é neste sábado, com apresentações artísticas; espaço cultural também homenageia artesão e cururueiro Alcides Ribeiro

Priscila Mendes

Viola de cocho ganha museu em Santo Antônio do Leverger

Foto: Divulgação

Um dos ícones da cultura mato-grossense, a viola de cocho, ganha um museu, neste sábado (27), no coração do Pantanal. O Espaço Cultural Alcides Ribeiro - Museu da Viola de Cocho será no distrito de Varginha, em Santo Antônio do Leverger, e a inauguração, às 9h, contará com apresentações artísticas e com o lançamento do documentário sobre o Mestre Alcides.

Alcides mantém viva a tradição e habilidade de confeccionar não só as violas de cocho como também canoas de modo artesanal. Pantaneiro raiz, cururueiro e promotor cultural, herdou os saberes do pai, Caetano Ribeiro, e do avô, Cipriano dos Santos Rosa.

A tradição começou com o bisavô, Mestre Manduca, pioneiro na produção do instrumento musical reconhecido internacionalmente, e o modo de fazer vem sendo passado geração após geração, incluindo filho e neto.

“Antigamente, o Pantanal era uma cidade só e era a viola de cocho que animava as festas. Para mim, dar continuidade à confecção desse instrumento genuinamente mato-grossense é salvar e registrar a riqueza da nossa cultura”, explica o homenageado.

Como são feitas manualmente e em uma única estrutura, cada viola é única, com traços que a diferenciam, como o estilo de produção. Levando, geralmente, sete dias de trabalho e dedicação, é comum ver nas violas a assinatura de cada artista.

Tão tradicional quanto a viola, a construção ancestral da canoa de cocho é feita pelo Mestre Alcides e o tio, José Native. O processo começa com a escolha da árvore certa, que tem que ter entre cinco e seis metros de altura e diâmetro em torno de 1,5 m. Ao todo, são duas fases e 16 etapas de construção de cada canoa, que leva, em média, de 30 a 40 dias para ser finalizada.

Tanto a viola quanto a canoa são chamadas de cocho, pois usam a técnica do entalhe em baixo relevo para fazer o objeto com uma peça única de madeira, sem pregos e ligações, portanto, como um cocho de animal.

O processo de construção da canoa e da viola está no documentário Mestre Alcides, que também será lançado no sábado, na abertura do Espaço Cultural Alcides Ribeiro - Museu da Viola de Cocho.

O ambiente é dedicado à valorização do símbolo mato-grossense, com acessibilidade, rústico, aconchegante, com exposição de canoa e violas de cocho produzidas por mestres artesãos de diversas regiões de Mato Grosso. No museu, também poderão ser contemplados ganzás, jacás e até mesmo tachos onde antigamente era feito o azeite de peixe.

O espaço é amplo e composto por galeria, oficina de trabalho, ambiente externo com pinturas dos artistas e parceiros, como Ozires Paulo, Adriano Figueiredo, Rita Ximenes, Sebastião Silva, Vitor Hugo, Daiana Ferreira e Janete Anghinone.

A inauguração e o lançamento do vídeo fazem parte do projeto aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), com recursos da lei Aldir Blanc.


O Espaço Cultural Alcides Ribeiro - Museu da Viola de Cocho fica localizado na Rua Antônio Romão Filho, s/n,no distrito de Varginha, em Santo Antônio do Leverger. Após inaugurado, o museu funcionará de terça-feira a domingo, das 9h às 19h.

Serviço
Abertura ao público doEspaço Cultural Alcides Ribeiro - Museu da Viola de Cocho
Data:Sábado (27), às 9h
Local: Rua Antônio Romão Filho, s/n, distrito de Varginha, Santo Antônio do Leverger

Funcionamento do museu: de terça a domingo, das 9h às 19h
Instagram: @mestrealcidesvioladecocho

Com assessoria
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