Cuiabá, quinta-feira, 25/04/2024
03:45:35
informe o texto

Notícias / Cinema

29/11/2021 às 18:46

Poética de Vitória Basaia é traduzida em documentário de curta-metragem

A cineasta Marithê Azevedo registrou duas características das obras da artista plástica: o feminino e a gênese do universo

Priscila Mendes

Poética de Vitória Basaia é traduzida em documentário de curta-metragem

Reprodução do filme

Foto: Divulgação

Uma perspectiva sobre a obra da artista plástica multifacetada Vitória Basaia pode ser contemplada, gratuitamente, até o dia 11 de dezembro, no 26º Salão Jovem Arte, na Galeria Lava-pés: trata-se de Uterus Mundus, um curta-documentário de 22 minutos da cineasta Marithê Azevedo.

O nome do documentário se baseia em dois traços da produção de Vitória Basaia, “a tematização do feminino (uterus) e a criação de uma cosmogonia (mundus)”, explica a cineasta. Cosmogonia se ocupa em explicar a origem do universo. “Para a realização de Uterus Mundus, foi construída uma poética audiovisual singular, específica, a fim de revelar o universo de Basaia”, completa Marithê Azevedo.

A cineasta registra também – característica que buscou marcar no documentário – que a própria casa de Vitória Basaia, mais que um ateliê, foi transformada em uma obra de arte da sujeita do documentário. É possível identificar que, em razão da intervenção da artista, a casa-ateliê “aparece como personagem no audiovisual”, levando o espectador a passear por ela.

Outra característica registrada no curta é a forma com que a artista homenageada pensa a vida e o tempo presente, sendo revelada pelo caos – marca da genialidade de Vitória Basaia.

“A arte veste o vestido da minha própria pele. A casa habita e acolhe meu cosmo-agonia, guarda em si uma energia que só eu pensei entender. Nesse documentário de Marithê Azevedo, senti que essa energia de sentidos e sentimentos se revelou. Lá estou eu gestando meu mundo e parindo o imaginário que me povoa e que se abriga em todos cantos como construção de mim mesma. Fico ali diante das imagens e sons em silêncio”, reflete Vitória Basaia. “Como espectadora, observo o meu próprio eu em Uterus Mundus e digo: Ela conseguiu captar e ver até o que está escondido em mim”, finaliza.

Maria Teresa Carracedo, da Entrelinhas Editora, já era admiradora da estética singular de Vitória Basaia, mas se surpreendeu muito positivamente com o olhar de Marithê para a obra da homenageada. “Neste documentário poético, entramos na intimidade de uma artista intensa, visceral, inquieta, compulsiva. Sempre pensei como seria maravilhoso que muitas pessoas pudessem ‘entrar’ nas diversas salas da grande e misteriosa ‘caverna’ de Vitória Basaia. Imaginava que essa experiência sensorial só seria possível com uma visitação presencial à sua casa-ateliê-museu-galeria. Me enganei. Uterus Mundus proporciona essa imersão a milhares de pessoas!”, exclama.

O curta documental tem fotografia de Rosano Mauro, trilha sonora de Cristina Dignart, direção de produção de Carol Araújo, produtora associada Latitude Filmes e a participação de Aline Figueiredo, Serafim Bertoloto, Ludmila Brandão, Adriana Milano e Julio César Carvalho.

A obra foi realizada com recursos da Lei Aldir Blanc, mediante edital MT Nascentes da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT).

Na segunda foto, Marithê Azevedo observando as obras de Vitória Basaia. Crédito: João Pedro.
Clique AQUIentre no grupo de WhatsApp do Entretê e receba notícias de Cultura e programações artísticas.

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet