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Notícias / Música

13/01/2022 às 09:05

Cacique Raoni é um dos homenageados no samba-enredo da Gaviões da Fiel

Com o título de ‘Basta!’, a canção é um chamado à luta das minorias oprimidas

Paulo Henrique Fanaia

Cacique Raoni é um dos homenageados no samba-enredo da Gaviões da Fiel

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

O líder Caiapó e ativista ambiental, Raoni Metuktire, também conhecido como Cacique Raoni, é um dos homenageados na letra do samba-enredo da Gaviões da Fiel, para o carnaval de 2022. No enredo, intitulado como “Basta!”, a Gaviões faz uma homenagem aos oprimidos pela sociedade e às minorias que lutam para serem ouvidos e respeitados em uma 'pátria mãe hostil', que 'esquece de amar e prefere o fuzil'.

“Cacique Raoni da minha gente/Guerreiro gavião, presente”. Com estes versos, a escola lembra a luta do líder indígena para preservar os povos originários do Brasil. Além de Raoni, o ex-presidente da África do Sul e líder rebelde, Nelson Mandela também é citado na canção.

Raoni Metuktire tem 92 anos e é um dos principais nomes na luta ambiental e em favor dos povos indígenas no mundo. Nascido no coração de Mato Grosso em uma vila chamada Krajmopyjakare (hoje conhecida comoKapôt), ele é filho do líder Umoro, do ramo dos caiapós conhecido como Metuquitire.

Raoni é conhecido internacionalmente como um dos ativistas ambientais mais influentes. Em 2020, foi indicado ao prêmio Nobel da Paz.

O samba-enredo da Gaviões da Fiel surge em momento oportuno, em que tanto se discute a demarcação de terras indígenas e o extermínio dos povos originários do Brasil. Embora a cidade de São Paulo tenha proibido eventos de carnaval de rua, os desfiles das escolas de samba do grupo principal ainda serão realizados.



Confira a letra do samba enredo da Gaviões da Fiel de 2022:


Sou eu, o filho dessa pátria-mãe hostil
Herdeiro da senzala Brasil
Refém da maculada inquisição
Axé meu irmão!
O pai de mais um João e de mais um Miguel
Na mira da cega justiça que enxerga o negro como réu
Sou eu o clamor da favela

O canto da aldeia, a fome do gueto
Meu punho é luz de Mandela
No samba o levante do novo Soweto
Cacique Raoni da minha gente
Guerreiro gavião, presente!

Essa terra é de quem tem mais
Conquistada através da dor
As migalhas que você me oferece
Só aumentam minha força pra mostrar o meu valor

Meu lugar de fala, a voz destemida
Cabeça erguida por nossos direitos
Quando o fascismo do asfalto
É opressor à militância por respeito
O ventre das mazelas sociais
Ante ao preconceito vai se libertar

Vidas negras nos importam
O grito da mulher não vão calar
Meu gavião chegou o dia da revolução
Onde a democracia desse meu Brasil
Faça o amor cantar mais alto que o fuzil

Escute o meu clamor
Oh, pátria amada
É hora da luta sair do papel
Basta é o grito que embala o povo
Eu sou Gaviões, sou a voz da fiel
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