Assim como outros gêneros musicais, o lambadão - genuinamente mato-grossense - também tem seu rei: Chico Gil, artista mais popular do gênero híbrido, que resulta da fusão do rasqueado com o carimbó e a lambada.
Por sua notoriedade, Francisco Guia de Souza ganhou um documentário que traz à luz fatos até então desconhecidos de sua biografia e carreira. “Sua majestade, Chico Gil”, da jornalista Lidiane Barros, terá sessão de estreia na terça-feira (26), às 19h30, no Cine Teatro Cuiabá. A entrada é gratuita.
A exibição ocorre em memória do cantor, que morreu em acidente de carro no dia 30 de julho de 2000, quando cumpria agenda de shows. A partir das 19h30, é permitido estacionar em frente ao Cine Teatro.
Depois da exibição do documentário haverá show do artista Paulo Monarco que cantará hits do saudoso Chico Gil. Artista premiado e reconhecido por seu trabalho autoral na MPB, Monarco tem se dedicado a apresentações com repertório regado a clássicos do lambadão. Acompanham-no na empreitada os músicos Paulinho Nascimento (baixo), Bruno de Lima (percussão), Vinicius Barros (bateria) e a tecladista, Pretta Jana.
No evento, estará à venda o livro homônimo, com 18 crônicas com mais histórias da carreira do cantor.
Hits conduzem o documentário
O filme documental foi construído com base em algumas das principais canções do cantor. Elas conduzem o documentário que conta histórias do homenageado com relatos de familiares, amigos e parceiros artísticos. Eles voltam no tempo para apresentar Chico Gil às novas gerações.
“Tendo como base a história de criação de algumas de suas músicas mais conhecidas, revela a gênese do lambadão e também como se articula sua cadeia produtiva”, explica Lidiane Barros. A lado dela, na realização do documentário, estão Protásio de Morais e Rosano Mauro Jr, ambos na direção de fotografia, e Joana Castro, que assina a edição.
O projeto
O documentário e o livro são parte do projeto “Sua majestade, Chico Gil”, aprovado no edital Mestres da Cultura, da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), com recursos da Lei Aldir Blanc.
O pacote do projeto inclui ainda um site oficial do cantor (www.chicogil.com.br), além da discografia do cantor totalmente organizada em plataformas de streaming como Youtube e Spotify.
Participam também do projeto a jornalista Maria Clara Cabral, o designer gráfico Rodrigo Porks e os editores Ramon Carlini e Elaine Caniato, da Editora Carlini e Caniato. O apresentador de TV, Veni Bulhões, também colaborou, cedendo imagens de acervo.
“Com trajetória artística reconhecida pela periferia e Baixada Cuiabana, o cantor e compositor Chico Gil passou de garimpeiro a rei, escrevendo seu nome na história da cultura mato-grossense”, comenta Lidiane. "E agora, com aval institucional, passa a ser reconhecido também, como Mestre da Cultura de Mato Grosso".
Ela ressalta que, até a conclusão do projeto selecionado no edital, “pouco se sabia sobre a personalidade do homem que de filãozeiro no garimpo de ouro – onde tinha como ritual cheirar mercúrio para dar sorte -, ergueu seu próprio reinado conquistando súditos fiéis com sua coroa cacheada e cetro microfonado”, brinca.
São entrevistados do documentário o empresário Sérgio França e o artista Edmilson Maciel (primeiro e segundo empresários de Chico Gil, respectivamente); o trompetista Levi Barros, que acompanhou o cantor em shows; a viúva Eliney Souza e o filho Cledeley, o Catinha; o produtor musical, Alcemar Matos; os músicos Júnior Magrão e José Moraes, que introduziram Chico Gil no lambadão e a dançarina Daiana Emília, que no último momento desistiu da viagem em que o cantor morreu.
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