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Notícias / Cinema

26/05/2020 às 10:28

Coletivo exibe filmes e estreia curta nas redes sociais do Cine Teatro

Programação inclui ficção, documentário, experimentações e novos episódios do Cine Comentário Sonoro

Maria Clara Cabral

Estreia, experimentações, criticas sociais em ficção e registros da cena cultural de rua em Cuiabá. Cinco obras do coletivo audiovisual Salve Filmes são atração dessa semana na Temporada de Filmes Online do Cine Teatro Cuiabá, organizada em substituição à programação presencial, cancelada em atenção às medidas de contenção e prevenção à COVID-19.

A partir desta terça-feira (26), às 19h30, serão compartilhados os curtas-metragens ‘Slam: rua e resistência (2018)’, ‘6 Dias Depois do Fim (2019)’, ‘Monotonia (2019)’, ‘Travessia (2020)’ e o inédito ‘Ânsia (2020)’. Os filmes estarão disponíveis até o final de junho no Facebook do Cine Teatro Cuiabá.

Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, a Temporada de Filmes difunde conteúdos audiovisuais independentes, com ênfase na produção realizada em Mato Grosso, através das redes sociais do Cine Teatro Cuiabá e do Cineclube Coxiponés da UFMT.

O compartilhamento de novos todas as terças-feiras, mantendo o dia da semana e horário em que tradicionalmente acontecem as sessões de cinema do Cine Teatro Cuiabá. A ação envolve a parceria da REC-MT (Rede Cineclubista de Mato Grosso).

Estreia

No inédito ‘Ânsia (2020)’, Ana Carolina de Mello vive uma jovem que, de tanto correr, não consegue sair do lugar, o que nela produz sentimentos de melancolia, tensão e, principalmente, paranoia. “A ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito (George Bernard Shaw), resume a sinopse.

De acordo com João Pedro Regis, diretor do curta, a ideia de “Ânsia” surgiu de um estudo que ele fez acerca das representações dos estados paranoicos no audiovisual. Regis apresentou um esboço de roteiro para outras pessoas do coletivo e, a partir daí, decidiram produzir o curta.

“Na etapa de montagem, ficou evidente que além de abordar o tema da paranóia, o curta também falava sobre minhas paranoias. É um filme que passou por algumas transformações de sentido durante o processo. Penso se tratar, sob certo ângulo, de um espelho que revela algumas coisas que se passam em minha cabeça”, destaca Regis.

O filme conta com a atuação e direção de arte de Ana Carolina de Mello, maquiagem e efeitos especiais de Emília Top'Tiro e som direto de Bruno Taveira.

Link para os filmes

Slam: rua e resistência
(Salve Filmes, 2018, 26’, 10 anos)

Documentário sobre o movimento cultural e social "Slam do Capim Xeroso", de Cuiabá, que invoca um espaço de liberdade para que poetas e diversos artistas possam se expressar sobre machismo, racismo, preconceito e tudo que inquieta nossas vidas. O filme surge da compreensão de que o Slam é uma ferramenta de retomada do espaço público e por isso se faz necessário o registro do solo fértil para cultivo da liberdade de expressão. O curta foi eleito melhor documentário independente pelo júri oficial da 17ª Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina – MAUAL 2018.

6 Dias Depois do Fim
(João Pedro Regis & Jorge Luiz Queiroz, 2019, 17’, 12 anos)

Com a liberação e uso abusivo de agrotóxicos, um cenário conturbado política e ambientalmente vai se instaurando em Mato Grosso. Com isso, a população se sente desamparada e uma crise social é estabelecida. Em Cuiabá (MT), um grupo de jovens formado por Leo (Caio Ribeiro), Emílio (Jonathan Nery), Tamires (Marcella Gaioto) e Ítalo (Douglas Peron) tenta sobreviver às adversidades que virão, como fome e violência. No decorrer da narrativa surge uma questão a ser resolvida pelo grupo: o que se come quando há fome, mas inexiste comida?

Monotonia
(Holanda, João Pedro Regis & Pedro Coelho, 2019, 10’, 12 anos)

Curta experimental construído a partir da trilha sonora do músico Holanda, protagonista e um dos diretores do curta. Sinopses: Quando a solidão e as paranoias te dizem bom dia.

Travessia
(Ana Carolina de Mello, 2020, 3’)

"Me guio pelo pensamento de que a tempestade vem e a gente não pode se embrenhar. Para refletir sobre Travessia fiz um poema, uma canção, comecei uma montagem com fotos a partir de um desenho... Justo no dia final, uma tempestade me tocou. Para fazer a travessia é preciso soprar forte. O caos que vivemos hoje tem raízes profundas. Precisamos "derrubar os muros" que impedem que cada ser vivo tenha direito igual à terra, à fonte de nutrientes, fonte de saúde para soprar forte e não se embrenhar nas tempestades e sim, fazer delas um impulso para ir além" (Ana Carolina de Mello). O curta experimental concebido para o projeto Travessia, da Zweig (@szweig), grife que comunica design.

Ânsia
(João Pedro Regis, 2020, 8'11)


Ana Carolina de Mello vive uma jovem que, de tanto correr, não consegue sair do lugar, o que nela produz sentimentos de melancolia, tensão e, principalmente, paranoia. “A ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito (George Bernard Shaw), resume a sinopse.

Salve Filmes


Fundada em abril de 2017 por estudantes de Comunicação Social da UFMT, a Salve Filmes é um coletivo que produz conteúdos audiovisuais independentes. Ana Carolina de Mello, João Pedro Régis e Jorge Queiroz iniciaram o Coletivo com reuniões semanais, às segundas feiras.

Os encontros resultaram em experimentos audiovisuais, vídeos curtos e a produção do primeiro documentário independente da Salve Filmes, “Slam: rua e resistência”, premiado na 17ª Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina (MAUAL 2018).

O documentário marca, em 2018, a atuação do coletivo fora da universidade, com intervenções de exibição em espaços públicos nas capitais Cuiabá, Campo Grande e Brasília. Em conexão com movimentos culturais de rua, o coletivo faz a cobertura de vídeo e foto de eventos da cena do rap e da poesia.

Com uma equipe ampliada, agregando Carla Renck, Maria Clara Amorim, Bruno Taveira e Afonso Damasio, em parceria com os atores Caio Ribeiro, Jonathan Nery, Marcela Gaiotto e Douglas Perón, é lançado, no segundo semestre de 2019, o primeiro curta ficcional da Salve Filmes, “6 Dias Depois do Fim”.

No mesmo período, “DOD”, registro de performance artística de Jhonatan Nery, foi premiado na modalidade experimental na MAUAL 2019.

Para viabilizar projetos audiovisuais autorais e independentes, o Coletivo Salve Filmes atende a demandas de produções audiovisuais como videoclipes, vídeo-artes, minidocumentários, teasers, entre outras modalidades audiovisuais. Desde 2018 outros integrantes juntaram-se à Salve Filmes, como Emília Top'Tiro, Karine Queiroz e Pedro Mutzemberg, que apresentou à Salve Filmes a artista Nay Quirino.

O primeiro videoclipe gravado pelo coletivo é a regravação, por Nay, da música “Alguém me avisou”, de Maria Bethânia, lançado em março de 2019. No mesmo ano, Pedro Coelho também se junta ao coletivo com a produção de "Monotonia". Em 2020 o coletivo produziu “Travessia” e “Ânsia”, que estreia nessa Temporada de Filmes Online.

Com o objetivo de produzir filmes independentes e fomentar a discussão entre os realizadores deste segmento, as reuniões do Coletivo Salve Filmes acontecem quinzenalmente, às sextas-feiras, sempre às 19 horas, para organizar os projetos e as datas de estudo coletivo, que consistem em trocas de conhecimento entre os integrantes.

Cine Comentário Sonoro

Para complementar a difusão online das obras da Salve Filmes, realizadores (as) do coletivo participam da série Cine Comentário Sonoro, compartilhando memórias sobre o processo de realização dos curtas “6 dias depois do fim” e do inédito “Ânsia”.

Os episódios poderão ser acessados na página do Facebook do Cineclube Coxiponés, a partir de quinta (28) e sexta-feira (29), respectivamente, às 19h. Todos os episódios estão disponíveis no canal do YouTube do Cineclube Coxiponés.
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