Profissional especializada em nutrição materno infantil, Priscila Sarkis é mamãe de três crianças e tem nelas sua principal fonte de inspiração para seguir estudando e aprendendo os melhores métodos para atender outras famílias. Com seu trabalho, ela ajuda a sanar as dificuldades de pais e mães, quando o assunto é (entre muitos outros)introdução alimentar.
“Muitas informações estão ao nosso alcance hoje em dia, algumas, com fundamento científico, e outras, passadas entre as gerações. Costumo dizer que o conhecimento nos liberta e nos ensina a vivermos mais leves e seguros. Se tratando de criança, precisamos ter maior atenção”, destaca a nutricionista.
Priscila respondeu a perguntas básicas sobre o que fazerpara introduzir alimentação na vida dos bebês, listou os erros mais comuns nesse período e deu dicas de como organizar uma rotina alimentar. Confira!
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Qual o momento ideal para realizar a introdução alimentar?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o melhor momento para se iniciar a Introdução de alimentos é a partir do sexto mês. Antes dessa idade os sistemas digestivo e renal não estão preparados, levando a maiores riscos para o desenvolvimento de alergias alimentares.
Na introdução alimentar tanto o paladar quanto o olfato vão desenvolver-se. O bebê pode demonstrar isso de um jeito não muito agradável, como cuspindo a comida. Mas não se preocupe, faz parte do aprendizado! Crianças que são amamentadas tem melhor aceitação pelos alimentos que a mamãe já consome.
Quais os alimentos indicados para começar?
Não existe um padrão para seguir, podemos começar com frutas ou com vegetais. Algumas famílias preferem oferecer os alimentos em pedaços, outras, se sentem mais seguras oferecendo amassadinha. Porém a recomendação é que nunca se ofereça o alimento liquidificado ou peneirado. Sempre converse com o pediatra e com nutricionista caso a criança tenha reações de vômito, coceiras, vermelhões após a ingestão de algum alimento.
Como o alimento deve ser dosado até o completo desmame?
Durante o primeiro ano da criança o leite materno ou fórmula é sua principal fonte alimentar. A introdução dos alimentos é feita de maneira gradativa e a textura deverá evoluir conforme os meses para que quando chegar no primeiro aninho possa estar se alimentando da mesma refeição da família.
Nesses primeiros meses é interessante falar que terão dias em que a criança irá raspar o pratinho e, em outros dias, querer se alimentar apenas do leite materno. Faz parte do seu aprendizado. A família deverá sempre respeitar a criança, nunca forçando ou distraindo como estratégia para que a criança coma. A quantidade é sempre a criança quem vai determinar.
Jogar o corpinho para trás, virar o rostinho, fazer “motoquinha”, chorar são alguns dos sinais que eles irão nos dar de que estão satisfeitos ou que querem colo ou estão com sono. Não insista na oferta nesses momentos. Lembrando que o aleitamento materno é recomendado até pelos menos os dois primeiros anos.
O que não fazer para agradar o bebê?
Nossos filhos não conhecem outros sabores a não ser os que foram passados através do leite materno (flavor). Oferecer alimentos açucarados ou inserir sal ou até temperos prontos com objetivo de “melhorar” o sabor ou a aceitação da criança é um grande erro. É comprovado que crianças que recebem açúcar antes dos dois anos tem maiores riscos para o desenvolvimento de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes ainda na infância e aquelas que recebem sal antes de 1 ano, podem desenvolver pressão alta.
Além disso, tendem a recusar alimentos naturais com preferência aos ultra processados, ricos em corantes, conservantes e aditivos químicos. Esses alimentos possuem metais pesados em sua composição, o que pode alterar a absorção adequada dos nutrientes, diminuindo a imunidade da criança e consequente aumento de bactérias ruins.
Os erros mais comuns
- Achar que a criança não gostou de determinado alimento porque cuspiu nas primeiras vezes em que comeu;
- Oferecer sucos e chás no lugar da fruta in natura;
- Não deixar que a criança se suje (limpando-a a todo momento);
- Não permitir que a criança segure o alimento e leve à boca;
- Oferecer leite de vaca e derivados antes de 1 ano;
- Oferecer somente sopas, não permitindo que a criança sinta a textura e o sabor individual de cada alimento;
- Oferecer os alimentos todos misturados no pratinho;
- Adoçar, engrossar com farinhas;
- Correr atrás da criança com o pratinho.
Dicas para mamães e papais
- Crie uma rotina de horários para oferecer as refeições e se esforce em seguir;
- Sente sempre a criança na cadeirinha de papá e crie um ambiente bem tranquilo para vocês se alimentarem juntos;
- Não substitua as refeições por leite, bolachas ou guloseimas;
- Escolha 1 alimento de cada grupo e coloque-os separados no pratinho;
- Evolua as texturas e vá aumentando gradativamente a quantidade colocada no prato.
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