Das telas de cinema para as telas dos smartphones, tablets e computadores. Essa é a proposta da seleção “NPD em Telas” do Núcleo de Produção Digital do Campus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) na Temporada de Filmes Online. O compartilhamento dos filmes acontece nas redes sociais do Cine Teatro Cuiabá e do Cineclube Coxiponés.
A partir desta terça (20), às 19h30, serão compartilhados os documentários ‘Catireiros do Araguaia (2016)’, ‘Xavante: memória, cultura e resistência (2016)’, ‘Ser tão Araguaia (2016)’ e ‘Giramundá: o Congo e a diáspora (2018)’. Todos os filmes têm classificação indicativa livre e ficam disponíveis online até o fim do mês.
A Temporada de Filmes Online é organizada em substituição à programação presencial cancelada em atenção às medidas de contenção e prevenção à COVID-19. Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, a ação difunde conteúdos audiovisuais independentes, com ênfase na produção realizada em Mato Grosso.
O compartilhamento acontece sempre a partir das 19h30 das terças-feiras, mantendo o dia da semana e horário em que tradicionalmente acontecem as no Cine Teatro Cuiabá. Além dos realizadores, Cine Teatro Cuiabá e Cineclube Coxiponés da UFMT, a ação envolve a parceiria da Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT).
Os filmes
Catireiros do Araguaia (Carina Benedeti, 2016, 27’)
O filme mostra grupo de catira homônimo, que com seus cerca de 60 integrantes, é considerado o maior grupo de catira do Brasil. São filhos, netos e bisnetos que seguem a tradição do casal Joana de Araújo e Orlando Fernandes. Mato-grossenses de coração, há mais de 40 anos encontraram na região do Araguaia inspiração musical e uma forma suave de viver.
Xavante: memória, cultura e resistência (Gilson Costta, 2016, 19’)
O filme acompanha o ritual WaptéMnhõnhõ, uma cerimônia que marca a passagem dos jovens xavante para a vida adulta iniciando uma nova e importante fase de sua inclusão no meio social. Cantos, danças, pinturas corporais e a religiosidade são componentes que simbolizam a preservação da memória e o processo de resistência cultural passado de geração para geração.
Ser tão Araguaia (Amauri Tangará, 2016, 5 episódios de 13’ cada)
o Rio Araguaia, possuidor de uma sabedoria universal, conta ao amigo violeiro histórias de suas margens, compondo o mosaico de riqueza e diversidade no entorno da Serra do Roncador. Em cinco capítulos (O rio; A revolta de Aragarças; Valdon Varjão: o visionário; Paralelo 15; Terra de índio), a série revela a construção do multiculturalismo que compõe a identidade da região.
Giramundá: o Congo e a diáspora (Cláudio Dias & Gilson Costta, 2018, 52’)
O filme revela personagens urbanos de uma mesma origem: o Quilombo de Mata Cavalo. Desterritorializados, eles se reúnem todo ano na festa de São Benedito, no município de Nossa Senhora do Livramento (MT) para encenar a Dança do Congo. Esse teatro-ritual é apropriado como instrumento para preservar a memória e fortalecer a identidade quilombola em um ritual sagrado e de resistência cultural.
Núcleo de Produção Digital
O Núcleo de Produção Digital (NPD) da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Araguaia, foi implantado em 2014 através de uma parceria com o extinto Ministério da Cultura e a Secretaria do Audiovisual. Junto com o Cineclube Roncador, o NPD tem atuação marcante em Barra do Garças e região.
Coordenador do NPD e professor do curso de Jornalismo do Campus Araguaia da UFMT, Gilson Costta assinala que desde sua fundação o NPD vem produzindo narrativas audiovisuais sobre as histórias da região do Médio Araguaia, apoiando a realização de projetos autorais e possibilitando a formação de mão de obra técnica e criativa em diferentes etapas da cadeia produtiva do audiovisual.
“Hoje o NPD possui papel relevante no promissor polo audiovisual em formação na região do Araguaia, criando possibilidades alternativas para produção, circulação e exibição de documentários independentes”, enfatiza Costta.
As obras compartilhadas na seleção “NPD em Telas” para a Temporada de Filmes Online retratam diversas perspectivas que compõem a identidade cultural da região do Araguaia: a influência indígena no passado e na atualidade, a importância do meio ambiente como fonte de riqueza, costumes e sustentabilidade, o multiculturalismo e a diversidade étnica gerada pelos ciclos de migração ocorridos no leste de Mato Grosso.
Enriquecendo este universo, a ancestralidade africana também é representada pelo teatro-ritual do Congo de Livramento, na baixada cuiabana.
Cine Comentário Sonoro
Para complementar a difusão online das obras do NPD (Núcleo de Produção Digital) do Campus Araguaia da UFMT, os realizadores Gilson Costta e Cláudio Dias participam da série Cine Comentário Sonoro, compartilhando memórias sobre o processo de realização do filme ‘Giramundá: o Congo e a diáspora (2018).
De acordo com Cláudio Dias, um dos diretores do documentário, “Giramundá nasce da necessidade de divulgar uma manifestação cultural tão importante e pouco conhecida no estado de Mato Grosso, que é o congo de Livramento”.
Segundo Dias, “o processo de realização durou dois anos, com filmagens feitas basicamente em Livramento; a narrativa é construída a partir das pessoas que participam da dança do Congo, um teatro-ritual que ocorre todo ano durante a festa de São Benedito”.
O filme tem como base a pesquisa feita por Herman Oliveira e sua produção contou com apoio do edital Tradições da antiga Secretaria de Cultura de Mato Grosso.
O episódio 23º da série Cine Comentário Sonoro poderá ser acessado na página do Facebook do Cineclube Coxiponés nesta sexta-feira (5), a partir das 19h. Todos os episódios estão disponíveis no canal do YouTube do Cineclube Coxiponés.
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