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Notícias / Cinema

07/06/2020 às 11:45

Quariterê indica filmes e séries para conhecer o audiovisual negro e refletir sobre racismo

Uma forma de apoiar o levante antirracista, prestigiando a produção negra mundial, brasileira e mato-grossense em isolamento social

Maria Clara Cabral

Quariterê indica filmes e séries para conhecer o audiovisual negro e refletir sobre racismo

Minissérie Olhos que Condenam (When They See Us), disponível na Netflix

Protestos em reação à morte de George Floyd nos Estados Unidos, no último dia 25 de maio, culminaram uma onda de manifestações antirracistas internacionais. Fato recente que reaproxima o mundo de uma luta presente, não só nas ruas, desde sempre. Não à toa, a indústria cultural se atenta às demandas da população negra, que ocupa cada vez mais espaços, como o gigante do streaming Netflix, com arte e resistência. Mesmo sem o devido reconhecimento, vale lembrar.

Em 2017, a disputa de narrativas travada em Mato Grosso ganha uma importante ferramenta com a criação do Coletivo de Audiovisual Negro Quariterê. Desde então, o grupo
cujo nome traz a memória do quilombo mato-grossense comandado por Teresa de Benguelafomenta produções, exibições, formações e discussões sobre a população negra no audiovisual, em frente e por trás das telas.

Durante a pandemia, o coletivo dá sequência a projetos como o QuariTV. O programa de entrevistas trata sobre negritude em diversas áreas do segmento e traça perspectivas da população negra no momento atual.

Na lista abaixo, o Quaritê indica 40 produções, entre filmes, séries e videoclipes, internacionais, brasileiras e mato-grossenses, além de plataformas para conhecer e prestigiar o audiovisual negro. As produções – muitas delas fora do mainstream –ajudam a entender racismo velado e provocam o protagonismo negro na cultura mundial.


Internacionais

A 13ª Emenda - documentário (Netflix)
Selma - ficção (Netflix)
Olhos que condenam - série (Netflix)
Oprah Apresenta: Olhos que Condenam - entrevista (Netflix)
Quem matou Malcom X - série documental (Netflix)
Madame C.J Walker - série ficcional (Netflix)
Ela quer tudo - série ficcional e filme (Netflix)
Black Earth Rising - série ficcional (Netflix)
American Son - filme ficção (Netflix)
Cara gente branca - série ficcional (Netflix)
Corra - ficção (Netflix)
Moonlight - ficção (Netflix)
Atlanta - série ficcional (Netflix)
Homecoming - documentário (Netflix)


Nacionais

Documentários:
Carta para o meu lugar
Tia Ciata
Pequena África
Embaraço
A grande Ceia Quilombola
O caso do homem errado

Ficção:
Aquém das nuvens (YouTube)
Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno (YouTube)
Esconde esconde (YouTube)
Cores e Botas (YouTube)
Temporada (Netflix)
Sem Asas (Porta Curtas)
Alfazema (Porta Curtas)
Mãe não Chora
Kbla
Impermeável Pavio Curto
Programa convida - Grace Passô (Vimeo)


Regionais

Giramundá - O Congo e a Diáspora (documentário disponível ao longo do mês de nunho no canal do Youtube do Cine Teatro);
Sob Múltiplos Olhares (documentário)
Pandorga (ficção)
Como ser racista em 10 passos (ficção disponível no Youtube)


Videoclipes

Nacionais
Luedji Luna: Um corpo no mundo; Notícias de Salvador; Banho de Folhas. (disponível Youtube)
Xênia França: Pra que me Chamas? (disponível Youtube)

Regionais
Karola Nunes: Tá Vendo Seu Moço (disponível Youtube)
Pacha Ana: Canto Para Oya /Meu fechamento é comigo mesma (disponível Youtube)

Video Poema (regional):
Poemargens - Tecituras de Poemas à Margem - (disponível Youtube)

Acessar mais filmes e indicações

Plataforma Afroflix
Instagram do
Coletivo Quariterê(timeline e destaques do stories)
Facebook do Coletivo Audiovisual Negro Quariterê


Coletivo Quariterê

O Coletivo de Audiovisual Negro Quariterê é formado por realizadores afrodescendentes que atuam em Mato Grosso, com o objetivo de discutir temáticas relacionadas às questões raciais e suas interseccionalidades. O grupo realiza, incentiva e apoia ações voltadas para a promoção da equidade de raça e gênero no segmento audiovisual, com a missão de propor, debater, influenciar e monitorar políticas públicas nos âmbitos municipal e estadual.

Em seus três anos de existência, o Coletivo Quariterê já organizou três Mostras de Cinema Negro no estado. Foram exibidas 69 obras audiovisuais selecionadas na soma dessas edições, recebendo a inscrição de mais de 300 obras de todo o Brasil e reunindo um público espectador de aproximadamente 1 mil pessoas.

Desde 2018, a Sessão Afrocine, realizada em parceria com o Cineclube Coxiponés, exibe e debate filmes selecionados nas edições das Mostras de Cinema Negro e outros filmes convidados, no auditório do Centro Cultural da UFMT. O projeto extrapolou, pela primeira vez, o limite da capacidade do auditório ao exibir, juntamente com outros curtas-metragens o lançamento do filme “Como ser racista em 10 passos”, de Isabela Ferreira.


Em 2019, o Quariterê produziu, de forma independente, o primeiro filme do coletivo: "A Velhice Ilumina o Vento" (ainda sem data de estreia), com apoio das produtoras Latitude Filmes e Plano B Filmes e com o patrocínio da Agro Serra nos custos básicos da produção.

O filme tem como protagonista Valda (interpretada por Benedita Silveira), mulher preta, periférica, trabalhadora e que tem como descontração a ida à Bailes da Terceira Idade. Projetado de forma colaborativa, o filme envolveu mais de 24 pessoas negras, desde a pré-produção à pós-produção.

O coletivo também possui ações diretamente ligadas a implementação de políticas públicas afirmativas e inserção da pessoa negra no mercado. Atualmente, compõe a diretoria e o conselho fiscal da associação MTCine, visando pautar a equidade racial e fomentar a representatividade.

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