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Notícias / Artes

11/06/2020 às 13:07

Macp expõe gravuras inéditas de Humberto Espíndola em plataforma virtual

As obras digitais foram trabalhadas pelo artista em computadores dos anos 90, entre 1998 e 2002

Maria Clara Cabral

Macp expõe gravuras inéditas de Humberto Espíndola em plataforma virtual

Foto: Protásio de Morais

O Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/ UFMT) lança, na próxima quarta-feira (17), uma inédita exposição do artista plástico Humberto Espíndola em plataforma virtual. ‘2000 | Gravuras Digitais de Humberto Espíndola’ levará ao espaço digital 50 imagens que emanam cores em luz.

A nova exposição trará obras digitais inéditas, produzidas pelo artista entre 1998 e 2002, com curadoria de Willian Gama, galerista e membro do conselho curador do MACP.

"Momento revolucionário para arte com a popularização do acesso doméstico aos computadores, softwares e internet. Curiosamente, pouco mais de 20 anos da produção das obras, a exposição acontecerá na mesma plataforma em que as obras foram criadas, as digitais"

Conhecido pelas temáticas regionais e pinturas vanguardistas, inspiradas na bovinocultura, Humberto Espíndola assina o mural do Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso, em Cuiabá. Expoente das artes antes da divisão do estado, o pintor e desenhista é, ao lado dea crítica de arte Aline Figueiredo, um dos fundadores do MACP.

Com a nova exposição de gravuras digitais, o artista ressalta que “no fazer da arte, o que realmente importa é o resultado, aquilo que se obtém visualmente".

"Fazemos esta observação porque geralmente supõe-se que gravuras processadas em computador revelam características onde o instrumento de trabalho se evidencia demais. Excessos de retícula, efeitos de alto-contraste, futurismos de um modo geral, divulgaram a primeira imagem dessas novas 'mesas de gravar' à disposição dos artistas contemporâneos”, destaca
Humberto Espíndola.

Mais tecnicamente, as gravuras foram trabalhadas em computadores dos anos 90, que suportavam pouco processamento gráfico, e as imagens eram visualizadas em monitores de tubo de raios catódicos. Assim, a visualidade das imagens contém pixels que sustentam pinceladas feitas digitalmente. A ruptura, o estouro da cor, as quebras e cada detalhe remonta um período único e específico da era digital.

O programa mais utilizado foi o PC Paintbrush, criado pela ZSoft Corporation para o MSDOS e adaptada para o Windows, que se tornaria tão somente "Paint" no futuro. Desenhadas e coloridas utilizando, mouse e scanners da época, Humberto desenvolveu alucinantes gravuras digitais, que seduzem o olhar para a “tela”.


A mostra também terá textos de Noemi Ribeiro, historiadora de arte e fundadora do Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes do Rio.Para ela, que éespecialista em graphic design e comunicação visual, as obras remetem "um passado mítico".

Espíndolacomeça a olhar e a falar com outros meios expressivos atualizando seus arquétipos editados sob forma eletrônica. As formas taurinas explodem, incendeiam-se e, quando se supõe que viraram pura imagem luminosa elas voltam a nos falar das máscaras trágicas, do mágico e do mítico”.

Espaço virtual

No início de 2020 quando o Conselho Curador do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT fez sua primeira reunião, apesar de alguns países já estarem na luta contra a Covid-19, não ocorreu a ideia de que o vírus uma má, mas grande novidade pudesse colocar o mundo em quarentena.

À ocasião, os conselheiros decidiram unanimemente que 2020 seria o ano em que o trabalho do MACP estaria voltado para amparar as comemorações dos 50 anos da UFMT, resgatando a importância de todos os instrumentos culturais que contribuíram para que a universidade chegasse ao seu cinquentenário.

A coordenadora de Cultura da UFMT, Thania Arruda destaca que a plataforma virtual que abrigará a exposição, lançada em abril, é uma das maneiras de adaptar o programa de 50 anos da UFMT a situação imposta pela pandemia.

“Buscando interatividade com a comunidade intra e extra muros, divulgando virtualmente a produção cultural e artística, disponibilizando os seus acervos, envolvendo novas parcerias, diversificando conteúdos e expondo talentos, consolidando-se como um espaço digital vibrante, amplo e universal. Nesse sentido a exposição 2000 – Gravuras Digitais de Humberto Espíndola é um marco que nos fortalece e desafia como instituição cinquentenária.”

Com informações da assessoria


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