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Notícias / Cinema

07/07/2020 às 09:15

Cineclube Zumbis: filmes de Sinop são atração em temporada online

A iniciativa acontece há mais de 15 anos na cidade, em parceria com a Unemat

Maria Clara Cabral

Cineclube Zumbis: filmes de Sinop são atração em temporada online

Movimento Refúgio Zumbi

Foto: Divulgação

Idealizado por estudantes e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o Cineclube Zumbis vem atendendo a demanda de cinéfilos e entusiastas da cultura na cidade de Sinop há mais de 15 anos. Nesta semana, realizadores ligados à esta iniciativa se conectam com o público do estado, disponibilizando seus filmes nas redes sociais do Cine Teatro Cuiabá e Cineclube Coxiponés.

Quatro obras são atração da Temporada de Filmes Online, ação organizada em substituição à programação presencial cancelada em atenção às medidas de contenção e prevenção à Covid-19. O compartilhamento acontece sempre às terças-feiras, a partir das 19h30, mantendo o dia da semana e horário em que tradicionalmente acontecem as sessões de cinema do Cine Teatro Cuiabá.

Nesta semana, serão compartilhadas as obras ‘Fronteiras” (2005, 42’)’, ‘Quarteto: o sentido da vida (2007)’, ‘Menire Karõ (2007)’ e ‘Movimento Refúgio Zumbis” (2019)’. A curadoria da seleção é de Denizalde Pereira e Kiara Baco Anhon, com colaboração de Carolina Gouveia. Todas as obras têm classificação indicativa 14 anos.

Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, a Temporada de Filmes Online difunde conteúdos audiovisuais independentes, com ênfase na produção realizada em Mato Grosso. Além das iniciativas já citadas, a ação envolve a parceria da REC-MT (Rede Cineclubista de Mato Grosso).

Cineclube Zumbis

Ao longo de sua trajetória, o Cineclube Zumbis tem servido como um projeto de formação cineclubista e de crítica, por propiciar um espaço para democratização do acesso e conversa sobre cinema, além de promover, através dos filmes programados, difusão de conhecimentos diversos entre os participantes.

O marco da iniciativa foi no dia 20 de novembro de 2004, em que ativistas negros e negras na cidade de Sinop organizaram o “Dia da consciência negra” no Campus Sinop da UNEMAT. Eram esperadas poucas dezenas de participantes, mas, para surpresa de todos, mais de 250 pessoas estiveram presentes.

O evento, que contou com ampla cobertura da mídia local, os impulsionou a prosseguirem a luta. Dentre outras iniciativas, surgiu a ideia de exibir um filme sobre a temática em questão.

No dia 22 de dezembro do mesmo ano, foi exibido o filme “Hurricane” (Norman Jewison, 1999), baseado na história verídica do lutador que teve trajetória marcada por perseguições racistas pela polícia e justiça dos EUA. Com pouca divulgação atraiu mais de 50 pessoas.

A partir de mais essa confirmação do interesse de cidade nesse tipo de ação, o Cineclube Zumbis evoluiu, criando múltiplas facetas, sempre com envolvimento e apoio de estudantes e professores.

Após 15 anos de existência, as atividades do Cineclube Zumbis são realizadas na UNEMAT, semanalmente, aos sábados, exibindo filmes com temática sociais e abrindo debates para a interação e aproximação dos participantes com a crítica e o pensamento cinematográfico.

As obras que compõem a Temporada de Filmes Online são uma amostra desses esforços de produção de baixíssimo orçamento, mas muita criatividade, que a ação do Zumbis vem desencadeando do ponto de vista da realização entre realizadores da região.

A produção cinematográfica fundamenta-se em um amálgama de linguagens e forma-se como espaço de encontro de sujeitos mediadores de uma pluralidade cultural e com diferentes visões de mundo. O Cineclube Zumbis vem ampliando as possibilidades das pessoas que participam de nossas ações em apreciar formas de cinema que nem sempre chegam às salas de cinema da região”, enfatiza Denizalde Pereira, pioneiro e impulsionador do Cineclube Zumbis.

Os filmes


Fronteiras
(Anézio Santana & Denizalde Pereira, 42’)

Sinopse: Com roteiro de Santiago Vilela e Haya Del Bel, o média-metragem aborda a vida de mulheres trabalhadoras migrantes do Norte do Mato Grosso. O documentário faz referências à lideranças femininas da história da humanidade, tais como Clara Zetkin, Alexandra Kollontai, Rosa de Luxemburgo, Virginia Woolf, Simone de Beauvoir, Chiquinha Gonzaga, Olga Benário, Patrícia Galvão (Pagu), entre outras. Fronteiras foi selecionado para concorrer no I Festival de Cinema Feminino da Chapada dos Guimarães, MT, e foi escolhido Melhor Média-Metragem no Festival de Cinema na Floresta (Alta Floresta-MT).

Menire Karõ
(Maria de Lourdes Silva Nogueira & Alzira Aparecida Livero Sampaio, 2007, 26’)

Sinopse: Menire Karõ (Espírito de Mulher, na língua Kayapó) é uma produção audiovisual de alunos e professores da Escola Estadual São Vicente de Paulo, de Colíder-MT, baseada no Romance “Iracema”, de José de Alencar. A obra aborda usos e costumes da etnia Kayapó e teve participação do Cacique Raoni Metuktire, líder indígena e defensor das áreas e matas do seu povo, bem como seu sobrinho e líder, Megaron Txucarramãe, maior articulador entre os Kayapós e os não-indígenas. O projeto proporcionou rico intercâmbio de experiências entre professores e alunos com pessoas da etnia Kayapó.

Quarteto: o sentido da vida
(Denizalde Pereira & Michael Pereira, 2007, 4’)

Sinopse: Um mendigo em frente ao "Refúgio Jazz Club" observa clientes e transeuntes. Embalado pelo jazz e pelas relações humanas que se processam naquele contexto, esse homem se sensibiliza e parte para uma nova batalha: reconquistar sua família e sua atividade profissional, a música. O videoclipe da banda Quarteto Foiçástico (Sinop-MT) participou do 5º Festival de Cinema na Floresta (Alta Floresta – MT). A música é uma releitura da composição de autoria da banda de funk-rock "Chad Smith's Bombastic Meatbats". O videoclipe concorreu no 5º Festival de Cinema na Floresta (Alta Floresta-MT).

Movimento Refúgio Zumbis
(Melissa Bortoletti & Michael Pereira, 2019, 10’)

Sinopse: O documentário aborda a trajetória do movimento Refúgio, que surgiu em meados de 2010, em Sinop. O movimento ficou registrado na memórias como um marco, pois foi na exaustão causada pelo monopólio de um único estilo musical (a música sertaneja da região) e pelo pouco interesse da mídia local em noticiar outras manifestações musicais, que um grupo de professores e acadêmicos de várias universidades de Sinop ― em sua maioria da Unemat ― começou a construir um novo espaço cultural. A criação desse espaço físico e virtual possibilitou o encontro e a apreciação de outros gêneros musicais além do sertanejo. O Refúgio Zumbis, como ficou conhecido, tornou-se um hábito para uma parte considerável dos jovens d. O encontro começou a ser frequente, mais precisamente nas sextas-feiras, reunindo amigos para ouvir músicas de outros segmentos.


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