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25/01/2021 às 10:00 | Atualizada: 25/01/2021 às 10:09

Casa das Pretas inicia 2021 com exposição coletiva que exalta a cultura negra

Maria Clara Cabral

A Exposição Virtual e Coletiva "Arte e Resistência" dá início aos trabalhos do ano 2021 Centro Cultural Casa das Pretas MT, de Cuiabá, com obras de quatro artistas convidados residentes em Mato Grosso: Carina Valeria, Eliana Fogaça, João Almeida e Lia Amazonas.
 
São fotos, aquarelas e gravuras digitais que valorizam/enaltecem a cultura negra estarão disponíveis no endereço eletrônico. Registros de resistência contra o racismo, mas também referênciais identitárias, representativas e transformadoras.
 
A Casa das Pretas em Mato Grosso é sediada na Praça da Mandioca, centro histórico de Cuiabá. A iniciativa do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE-MT) visa promover a cultura negra cultura afro-cuiabana através das artes, literatura, cursos, palestras e outros eventos.
 
Carina Valeria da Comunidade Ribeirão do Mutuca, uma das localidades que formam o Território Quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento-MT, traz em suas fotografias, um olhar para a ludicidade das crianças no criar e jogar. "Sou criança, sou negra/Também sou resistência/Racismo aqui não, se não gostou, paciência"  (MC Soffia)


Eliana Fogaça nos brinda com aquarelas e pinturas inspiradoras com "olhos" que tudo vêem e se deixam ser penetrados e desvelados. Nos sensibilizam ao nos lembrar da potência e resistência feminina: "Sou mulher, sou dona do meu corpo/E da minha vontade. Fui eu que descobri Poder e Liberdade. Sou tudo que um dia eu sonhei pra mim" (Doralyce)
 
O geógrafo João Almeida fotografa Betinha, mediunizada na Tenda de "Maria Sabino", entidade que trabalha na Umbanda, há mais de cinqüenta anos, empoderando mulheres ao lhes apresentar fé ancestral, força, resiliência, um farol contra intolerância religiosa. Cinco décadas de compromisso e conexão com sua linhagem de mulheres Xamãs, curadoras, benzedoras, abençoadoras. "Sua bença minha mãe Betinha!"
 
Lia Amazonas com sua arte digital mostra resistência, referência e construção de outras matrizes de representação de corpos pretos, segue no caminho da desconstrução da estética opressora dos anúncios de revistas e jornais que perpetuam a branquitude. "Há tanta beleza em mim/Há tanta riqueza em mim/Um mergulho pra dentro da casca.../As feridas que herdei são antigas mas a realeza tá há mais tempo no nosso DNA" (Drik  Barbosa e Rashid)
 
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