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23/11/2021 às 11:35

Documentário homenageia artesã por ensinar produção de bonecas de pano a reeducandas

Priscila Mendes

A artista plástica e artesã Alice Helena Grabowski escolheu, lá em 2006, ensinar  um pouco de sua arte para reeducandas do presídio feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Ela criou e executou um projeto de produção de bonecas de pano, com recurso próprio. Um desafio que ela desempenhou até 2009.

Em reconhecimento à contribuição social, a professora Alice Grabowski é homenageada mestre da cultura mato-grossense. E parte dessa trajetória é contada no documentário “Cela Vie – a arte transformando vidas”, que
está disponível no canal Cela Vie no Youtube. É possível assistir, também, à palestra “Como empreender em ambientes hostis”.

O projeto foi contemplado no edital Conexão Mestres da Cultura – Marília Beatriz de Figueiredo Leite, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), com recursos da Lei Aldir Blanc.

O proponente Marcelo Amaro diz que o documentário conta a trajetória de Alice Grabowski e como ela conseguiu empreender e quebrar barreiras. “Ela criou e executou um projeto com recurso próprio, no presídio feminino e mudou a forma como o sistema de justiça enxergava as reeducandas das unidades prisionais femininas, com o projeto ‘Mulheres de Ana Maria’”, destaca.

A ideia de ministrar as aulas surgiu para a artesã a partir de uma reportagem exibida em uma TV local. “Estava em minha loja e pensei o que poderia fazer. Procurei a diretoria do presídio e apresentei o projeto. E, em três dias, eu já estava lá, trabalhando. Com cerca de 30 dias, consegui montar uma equipe. Reuni algumas reeducandas que tinham aptidão e vontade para aquilo”, relata Alice.

A professora trabalhava junto com a equipe diariamente, das 08h às 18h. Mais de 120 mulheres foram atendidas pelo projeto.

A fábrica de bonecas chegou produzir mais de 400 modelos diferentes, entre santos, animais, bonecas, duendes. Toda a produção do projeto foi vendida para as mais diversas lojas de decoração em todo o Brasil e exportada.

Com a produção, a professora pagava meio salário para cada reeducanda. Elas tinham ainda o benefício de redução de um dia de pena a cada três dias trabalhados. Além disso, muitas delas começaram negócio próprio com artesanato, com costura, pintura em tecido e outras atividades ligadas às artes manuais.

O projeto ganhou, durante dois anos, a ala principal e o prêmio de produto destaque na Gift Fair, realizada em São Paulo. “Eu tinha o intuito de levar a nossa produção para fora. Então comprei um estande na Gift Fair, uma feira internacional. Deus me iluminou nessa ideia e levei as bonecas para a exposição. Queria levar as meninas comigo e a forma que encontrei foi fazer uma etiqueta e colocar os nomes delas. Elas viram como um reconhecimento”, lembra Alice.

 
Com assessoria
 
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