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16/02/2022 às 10:25 | Atualizada: 16/02/2022 às 10:55

Evento on-line traz o olhar indígena sobre a Semana de Arte Moderna de 1922

Priscila Mendes

Começou, na manhã desta quarta-feira (16), a 7ª edição do Mekukradjá – Circuito de Saberes, desta vez repensando a Semana da Arte Moderna, de 1922, em razão do centenário da iniciativa cultural. São três dias de encontros on-line sobre pautas e perspectivas indígenas e conta com a curadoria da pesquisadora mato-grossense Naine Terena, do escritor e educador Daniel Munduruku (Belém - PA) e da antropóloga e documentarista Júnia Torres.

A programação segue até a sexta-feira (18) e pode ser acompanhada gratuitamente pelo site e pelo canal do Youtube do Itaú Cultural.

Com o tema "A gente somos – Reantropofagizando o Brasil", a agenda é dedicada às tradições, resistência e importância da memória e cultura dos povos originários para a transformação da sociedade brasileira.

A temática faz referência à proposta dos artistas que promoveram a Semana de 22 de 'antropogia da arte', consumir tudo o que há para criar algo novo. No 'Manifesto Antropófago', de Oswald de Andrade, publicado em 1928, ele registra: "Tupi or not tupi, that is the question". A questão talvez seja: e a participação dos povos originários no reconhecimento das expressões culturais e artísticas?

O evento do Itaú Cultural 
reúne 21 indígenas, entre lideranças, acadêmicos, cineastas, escritores, comunicadores e artistas visuais de etnias das cinco regiões do país.  Assista à programação de abertura:



Entre os participantes estão o cineasta e pajé Carlos Papá; Edson Krenak, vencedor do Prêmio Nacional Tamoios para Escritores Indígenas do Brasil; os artistas visuais Gustavo Caboco, Arissana Pataxó e Miguela Guarani; o antropólogo e poeta indígena Idjahure Kadiwel; a líder feminina do Território Indígena do Xingu Watatakalu Yawalapiti; e Tukumã Pataxó, comunicador do Mídia Índia, considerado um dos maiores veículos de comunicação indígena do Brasil. O artista Denilson Baniwa, que inspirou o tema do evento com a defesa do conceito de reantropofagia, participa da edição em um depoimento gravado. 

Os debates são realizados sempre às 9h30 e às 15h30 (horário de Cuiabá). Revisitam pensamentos acerca do Brasil, a produção artística, os trânsitos ocorridos nesses tempos, a partir do marco histórico da arte brasileira que foi a Semana de 22, e nos processos que foram realizados em períodos anteriores.

Essa reflexão é feita com base nas múltiplas perspectivas indígenas. Para isso, faz um giro no país e entrelaça fazeres e viveres do país indígena. 

A cantora indígena Djuena Tikuna encerra a programação, na sexta-feira, às 17h30 (horário de Cuiabá), em show on-line que apresenta as principais músicas dela, como Yiemagü rü nainecüti’igü e Maraka'nandê. O link está aqui e já é possível definir lembrete.

Mostra de filmes

Acompanhando a programação do evento, entra em cartaz na sexta-feira (18), na Itaú Cultural Play (
www.itauculturalplay.com.br), a mostra de filmes "Gentes Ancestrais", que traz reflexões sobre a história do Brasil, a partir de diferentes perspectivas indígenas.

Com curadoria de Naine Terena e Júnia Torres, a seleção conta com oito curtas-metragens, dentre eles Kaapora – o chamado das matas (2020), de Olinda Muniz Wanderley; O verbo se fez carne (2019), de Ziel Karapotó; e Provocações (2017), de Jaider Esbell.

Serviço
7ª Edição do Mekukradjá –Círculo de Saberes: A gente somos – Reantropofagizando o Brasil
Data: de quarta (16) a sexta-feira (18), sempre às 9h30 e às 15h30 (horário de Cuiabá)
On-line: www.itaucultural.org.brwww.youtube.com/itaucultural 

Mostra Gentes Ancestrais na Itaú Cultural Play 
A partir de sexta-feira (18) , em www.itauculturalplay.com.br  e nos apps Android e IOS

 
Com informações da assessoria
 
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