Imprimir

Imprimir Notícia

22/06/2022 às 18:18 | Atualizada: 22/06/2022 às 18:28

Dia Mundial do Fusca: nostalgia e um evento cuiabano para celebrar

Priscila Mendes

Hoje, 22 de junho, é Dia Mundial do Fusca. E você, que tem memórias com o veículo tão amado dos brasileiros, sabe que o pequenino merece. E há tantos apaixonados pelo mundo - em Cuiabá não seria diferente - que terá até evento comemorativo na capital mato-grossense: uma ‘fusqueata’ neste domingo (26), partindo às 8h30, da Praça 8 de Abril (Praça do Choppão).

O encontro está sendo organizado pelo Fusca Clube Cuiabá e o grupo convida a todos os proprietários do Beetle e os chamados ‘derivados’ - veículos da Volkswagen com motores refrigerados a ar, como Brasília, Kombi, Variant e Puma - para partirem em passeio pela cidade, com ponto de chegada em um restaurante na estrada do Manso. A concentração na Praça do Choppão será às 8h.

O objetivo é confraternizar e levar a presença marcante dos fuscas pelas ruas de Cuiabá. “[Ele] é um carro que se tornou o lema da ‘paixão nacional’. Então, nada mais justo que comemorar e colocar os fusquinhas para desfilarem nas ruas e trazer um pouco de cor e alegria para outras pessoas que, mesmo não tendo o carro, admiram e se divertem vendo os carros”, comenta ao Entretê a presidenta do Fusca Clube Cuiabá, Brunna Pajanoti.

Ela, uma feliz proprietária de um fusca verde tropical de 1976 - a 'Toninha', não esconde a paixão pelo veículo homenageado. Para Brunna, “é um carrinho muito simpático e sempre há uma história relacionada ao fusqueiro: ou é um carro de família ou, quando criança, os pais tiveram um que marcou a infância, ou um casal que, na juventude, namorou [a bordo de um] Fusca”.

Dessa forma, o fusqueiro “tem essa marca de reviver um pouco do passado das pessoas. Quando alguém para e vê um Fusca no trânsito ou em uma exposição, sempre chega e conta alguma história”, relembra.

É importante registrar que todos serão bem-vindos e os custos da ‘fusqueata’ (combustível e alimentação) ficam a cargo de cada participante.

Homenagem

No passeio, todos os convidados vão reproduzir, no som de “Should I Stay or Should I Go?”, da banda The Clash, em homenagem ao fusqueiro brasileiro Jesse Koz, de 29 anos, que viajava desde 2017 do Brasil rumo à Alasca, dirigindo o fusca branco Dodongo (1978), acompanhado de seu fiel escudeiro, o cãozinho Shurastey, um golden retriever que ganhou o nome justamente pela música.

O projeto de chegar ao Alasca com pouco dinheiro - o que o tornou um influenciador digital, já que compartilhava pelo Instagram @shurastey_ a viagem - ganhou o nome de ‘Shurastey or Shuraigow?’, em referência à sonoridade da música, que questiona justamente se “devo ficar ou ir embora”?

No entanto, já nos Estados Unidos, a caminho do Canadá - bem mais próximos do Alasca e no 17º país do trajeto -, os três (Jesse, Shurastey e Dodongo) sofreram um grave acidente, no dia 23 de maio, e a viagem acabou.

Dia Mundial do Fusca

A data faz referência ao contrato que o projetista Ferdinand Porsche, fundador da marca de automóveis Porsche, assinou com o governo alemão, nessa data em 1934, o contrato para o desenvolvimento e fabricação do sedan que, no Brasil, ganhou o nome Fusca.

Adolf Hitler havia acabado de assumir o poder e queria a produção de um carro barato e popular, mas que também fosse econômico e sobretudo robusto. Conta a história que o carro era parte da estratégia do fuhrer para desenvolver a indústria do país.

Apesar do "patrocínio" da Alemanha nazista na criação do sedan, o Fusca se tornou um dos veículos mais queridos em todo o mundo. 

No Brasil, foi produzido entre 1959 e 1986, mas continuou no México. Em 1993, o então presidente da República, Itamar Franco, pediu a volta do modelo em terras tupiniquins, uma volta curta, porque saiu de linha em 1996 - com produção no México até 2003, mas já em processo de substituição pelo New Beetle desde 1997.

Mesmo não sendo fabricado no Brasil desde 1996, segundo o Denatran, há 1.939.351 fuscas circulando pelo país, em um universo de quase 60 milhões de veículos nas ruas - um número considerável diante da ‘raridade’.
 
 Imprimir