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13/05/2020 às 15:20 | Atualizada: 13/05/2020 às 15:28

Rio Tapajós: cultura ribeirinha é tema de documentário disponível na web

Maria Clara Cabral

O Rio Tapajós nasce em Mato Grosso e banha parte do Pará, desaguando no rio Amazonas como fonte de cultura e renda de povos ribeirinhos destes estados. Ele também é personagem de filme, dirigido pelo cuiabano pau-rodado Marcelo Amaro, disponível como opção de entretenimento e estudo online e gratuito na quarentena.

Vencedor do prêmio de “contribuição comunitária” no Festival de Cinema de Alter do Chão 2019 pelo conhecimento cultural presente na narrativa, o documentário ‘No Rio Tapajós – Perfil e Cultura do povo Tapajós’ foi liberado no site do evento, possibilitando o acesso a filmes independentes durante período de distanciamento social.

 
“O documentário viaja não só pelo tempo, mas também busca histórias em várias comunidades que vivem do Rio Tapajós. O cultivo e preparo do Açaí, da Mandioca, e do Tarubá. O descobrimento da borracha e a extração do Latex. O Carimbó com seus ritmos e danças. O Çairé de ontem. A Lenda do Boto, da Buiuna e muitos outros assuntos”, diz sinopse.

Em tempo de pandemia, o filme também guarda a memória de figuras populares em Alter do Chão, como dona Luzia, que faleceu mês passado com Covid-19.

“Foi uma das nossas personalidades mais icônicas que entrevistamos. Infelizmente perdemos quase todo o material gravado que tínhamos com ela, mas que foi um ser de luz que passou por nossas vidas”, conta co-diretor e publicitário Cauê Onirê, também filho do diretor.

Outros sete filmes premiados na Edição 2019 do Fest Arter, que ocorreu entre os dias 21 e 27 de outubro, também podem ser assistidos na plataforma.  


Foto: Divulgação/Cauê Onirê e 
Maycon Farias

Cultura e baixo orçamento

Com entrevistas de personalidades locais, intercaladas ao ritmo do carimbó cantado, o filme mostrar a riqueza da cultura tapajoara e Alter do Chão, onde Marcelo Amaro, natural de Bauru-SP, morou durante dois anos, no intervalo de uma vida em Cuiabá.

Cauê conta que o longa-metragem foi produzido com baixo orçamento e totalmente independente de qualquer lei ou auxílio governamental.

“A equipe era somente eu e meu pai, Maycon Farias, na câmera, o Rony Borari, um grande amigo e artista que foi também o seu primeiro trabalho como diretor de arte, e o Felipe Mathias, que recrutamos de lá, nunca fez filme e fez o nosso som direto.

O projeto foi gestado ao longo de cinco anos 5 anos até ser inscrito no Fest Alter. “Fomos hackeados e perdemos mais de 50% do material, mas quando ficamos sabendo do festival, acabou nos dando um gás para trabalhar e finalizar o projeto”, lembra Cauê.

O publicitário, que gravou o filme em seu primeiro ano de faculdade, endossa que ‘No Rio Tapajós’ é um filme de luta, de protesto e muito envolvimento afetivo.

“Por ser o primeiro projeto que desenvolvi junto com o meu pai, que é o diretor do filme, quanto pela região de Santarém, Alter do Chão, a qual temos muito carinho e gratidão”, explica.
 
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