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20/07/2020 às 09:25 | Atualizada: 20/07/2020 às 09:37

Revista Matapacos lança edição com mais de 60 páginas sobre corpos livres

Maria Clara Cabral

Idealizada pelo coletivo ‘Coma A Fronteira’, a Revista Matapacos surge da necessidade de produzir e consumir arte durante a quarentena. O projeto nasceu com uma edição simples de pouco mais de 15 páginas, publicando artistas locais nas áreas de poesia, dramaturgia, música e ensaios críticos.

Após três edições, a mais nova publicação, disponível aqui, já traz 60 páginas de conteúdo.

A gente pensou em ser uma coisa pra circular virtualmente. Não tínhamos a pretensão de crescer tanto” comenta Caio Ribeiro, um dos editores da revista. Isso porque as últimas edições vêm acumulando novas parcerias.

A segunda edição contou com arte de capa da atriz global Pally Siqueira, além de uma "entrevista às cegas" com André D’lucca; já para a terceira contou com uma parceria além-mar que trouxe artistas portugueses para o periódico. “Fizemos uma parceria com a plataforma do Pandemônio, um coletivo de artistas portugueses. Quando vimos a revista estava gigantesca” afirma Lucas Lemos, também editor da revista.

Os editores comentam os méritos de um projeto 100% independente: “mesmo se tratando de um projeto de orçamento zero, publicar um texto inédito do Teatro O Bando, é muito gratificante. É um dos grupos mais incríveis de Portugal, e ainda publicamos o texto inédito que eles estão apresentando hoje”.

Edição especial

A nova e 4ª edição traz a temática 'Incendiárias'e é composta 
uma gama de artistas, intelectuais e coletivos de Mato Grosso, do Brasil e do mundo. A capa, por exemplo, é assinada pelo artista mexicano Efraín Sánchez. Há também um texto crítico de Marta Moreira, artista portuguesa.

É sobre corpos que pulsam dentro de sua existência uma usina nuclear de possibilidades. Explosões cósmicas que lançam a visão daquilo que tende a ser desviado. Um mundo possível que arde, mas é bom. Nesta Matapacos, demos espaços para pessoas e suas vivências, para corpos e suas marcas circularem conosco. Minorias? Não sei, porque sinto que somos maioria. Cada página pensada como um corpo livre e que incendeia”, diz o editoral.

As seções da revista seguem a mesma linha das anteriores, publicando poesia, dramaturgia, prosa e indicações musicais. A novidade é a seção chamada Ocupação, que conta com depoimentos de indivíduos e coletivos sobre seus trabalhos e ações.

Tem muita gente legal. Tem a Oz, falando sobre o grupo de teatro Gigantes do Cambembe, que é feito por pessoas de comunidades tradicionais. A Naine Terena, falando um pouco de sua trajetória como doutora, artista e ativista. A Malu Jiminez, falando sobre seus estudos do corpo gordo. O Coletivo Quariterê, que é um coletivo audiovisual formado por pessoas negras. Tem um momento lindo sobre o ofício de Doula, onde a Anne Mathilde traz percepções importantes sobre a gestação” comenta Caio.

Desta vez, a Revista Matapacos também vai promover uma série de lives e bate papos transmitidos nas redes sociais com artistas que compõem a revista. A programação será divulgada em breve.

Por ser uma edição especial, pensamos em romper com as fronteiras mesmo. Iremos investir em programações online para dar ainda mais espaço para as discussões na revista, sem contar que após a leitura, poder encontrar aquela pessoa que estava ali e bater um papo, discutir, conversar, é muito bom por que aproxima os leitores dos artistas” afirma Lucas.

Acompanhe as publicaçães e programação nos perfis 
(@matapacosrevista) do Facebook, Instagram e receba a revista e mais informações pelo e-mail revistamatapacos@gmail.com
Com assessoria
 
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