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16/09/2020 às 09:25 | Atualizada: 16/09/2020 às 10:03

Escritora lança livro sobre gordofobia e ativismo com relatos e artes visuais

Maria Clara Cabral

Doutora pela UFMT, a ativista Malu Gimenez lança o primeiro livro brasileiro que traz a gordofobia como tema principal. Trata-se de uma adaptação de sua tese, junto à editora Philos, que visa dar voz e visibilidade às pessoas gordas, pela garantia de seus direitos básicos; como o de sentar confortavelmente em uma cadeira, usar transporte público, adquirir roupas, e encontrar aparelhos médicos compatíveis com o tamanho do corpo.

Além de uma escrita potente, o trabalho propõe mostrar, através das artes visuais, mulheres gordas maiores em outra concepção do que é ser bela e gorda em nossa sociedade. 'Lute como uma gorda' traz um projeto artístico que evidencia a beleza e o lugar da mulher gorda no mundo, criado com exclusividade para o livro. 

As imagens que acompanham os textos são capturadas pelas lentes de Jú Queiroz e ganham nova vida com as colagens artísticas de Paula Mello. São ensaios fotográficos de mulheres gordas maiores, feitos no Cerrado, na Chapada dos Guimarães, cenário emblemático que coloca essas mulheres em um lugar onde não são vistas: dentro da natureza, ligadas à força, à união e, principalmente, à beleza feminina.

Entre as iniciativas artísticas criadas exclusivamente para esta publicação, uma releitura das esculturas de Vênus, feitas por Lucas Fonseca, artista plástico e diretor de projetos e artes da Philos.

Assim, o livro lute como uma gorda propõe desvendar o universo gordo na contemporaneidade, delatando como esses corpos são concebidos institucionalmente e como essas mulheres gordas se autopercebem, aceitam ou resistem à gordofobia. 

“Quando um corpo não está dentro do padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e saudável, é estigmatizado, considerado feio, mau, anormal, doente, fraco, triste e, portanto, excluído socialmente. Essa discriminação é conhecida como gordofobia, tal estigma é estrutural e cultural, transmitido em muitos e diversos espaços e contextos sociais”, explica Malu Jimenez. 

A autoetnografia, o feminismo e a netnografia direcionam as análises e a escrita através de três subtemas: o cotidiano, o consumo e os ativismos. "Parto do meu  próprio corpo gordo feminino, meus traumas, medos e angustias como mulher gorda que sofreu a gordofobia desde minha infância", conta a escritora.

Suas experiências apontam que, apesar da cassação dos corpos gordos, muitas mulheres têm se posicionado contra o ódio, se organizado em coletivos, ciberespaços e nas ruas.

“A partir da denúncia, levanta uma proposta através do ativismo, de novos saberes na construção de uma episteme diferenciada sobre os corpos gordos, por meio da resistência e de um corpo político que quebre padrões e se coloque no mundo de forma criativa e alegre”. 
 

A autora

Malu Jimenez é gorda, filósofa feminista, doutora em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT onde pesquisou a gordofobia, autora do livro“lute como uma gorda: gordofobia, resistências e ativismos”, pela editora philos, pré venda a partir do dia 15 de setembro, mês da visibilidade na luta antigordofobia. 
 
Fundadora do Grupo de Estudos Transdisciplinares do Corpo Gordo no Brasil, idealizadora do projeto lute como uma gorda, coordena as redes sociais @estudosdocorpogordo, faz parte do coletivo feminista GORDAS XÔMANAS em Cuiabá, Mato Grosso, é colaboradora escritora no Todas Fridas e colunista no Guru da Cidade.

Malu
Jimenez é paulista, mas vive em Chapada dos Guimarães há 11 anos. 

Ficha técnica
Título: Lute como uma gorda: gordofobia, resistências e ativismos
Autora: Malu Jimenez
Editora: Casa Philos
Edição: 1
Ano: 2020
Número de páginas: 160
Preço na pré-venda (promocional): R$36
Livro autografado + marca página com fotografia exclusiva: R$45
Livro autografado + marca página com fotografia exclusiva + escultura de cerâmica vitrificada da Vênus de Willendorf: R$100
Link para compra:
https://revistaphilos.com/2020/09/14/lute-como-uma-gorda-um-livro-de-malu-jimenez/


Philos

A Philos é uma casa editorial que transforma as afinidades literárias e artísticas em instrumentos de cooperação entre os povos latinos. A Revista Philos ISSN 2527-113X publica estudos literários em línguas latinas e inglês, que reflexionam acerca das questões da latinidade, etnografia, estudos afro-atlânticos e ibero-americanos, centralidades periféricas, feminismos plurais, ações e práticas educativas, arte e literatura de povos originários, manifestações culturais e tradições orais comunitárias, arte poética e estudos contemporâneos.

Com colaboradores, curadores, críticos e artistas em todos os países de línguas neolatinas, Estados Unidos, Alemanha e países nórdicos, a revista das latinidades é um coletivo editorial que promove diálogo, integração, solidariedade e coesão social entre as pessoas.
Com assessoria
 
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