11/11/2020 às 16:05 | Atualizada: 11/11/2020 às 16:15
Jovem cuiabano viraliza com remix e destaca processo criativo da musica eletrônica
Maria Clara Cabral
Aos 15 anos, o cuiabano Pedro Vargas conseguiu um feito que muitos produtores de música eletrônica buscam alcançar. Seu remix da música tema de Among Us, considerado o jogo virtual do momento, alcançou mais de 13 milhões de visualizações no Youtube, após ser publicado no Drop the Bassline, um dos principais canais do gênero.
O vídeo viralizou, se espalhou por diversos outros canais e foi tema de vídeos na rede social TikTok.
O jovem, que está por trás do canal Moondai, hoje com 25,1 mil inscritos no Youtube, conta que não esperava tamanha repercussão. “Era pra ser só uma brincadeira, que eu ia enviar para os meus amigos. Por sorte, de algum jeito os grandes canais de replicação de música acharam”, disse ao Playagora.
A música foi feita e publicada na plataforma SoundCloud na tarde do dia 7 de outubro. “Não planejava lançar”, revela Pedro. Já no dia seguinte, depois de uma aula online, veio a surpresa: “recebi um e-mail de um dono de um canal com 2 milhões e meio de seguidores, Drop the Bassline, falando que gostou do meu remix, pedindo autorização”, lembra.
Automaticamente, o jovem pensou que a mensagem fosse fake, até ver o remix havia sido repostado na página do Drop The Baise no SoundCloud. “Já conhecia esse canal e pensei: não é possível que ele mandou e-mail para mim. Até porque, geralmente, quem entra em contato são os produtores pedindo divulgação nesses canais; não os canais pedindo autorização para os produtores”.
Além de nunca ter aparecido em canais grandes, o jovem conta que já havia tentado emplacar neles algumas de suas músicas, mas não teve sucesso. Uma questão ainda o intriga é: “como o cara conseguiu achar seu remix? Não tinha divulgado, ele não tinha nem 30 visualizações pra se ter uma ideia. Mas de algum jeito acharam e ele resolver escutar”, comemora.
Pedro Vargas produz músicas eletrônicas há dois anos, mas conta que já criança tentava colocar em prática em aplicativos desde os 7 anos. Em um vídeo, ele explicou como o remix foi estruturado, as referências e os efeitos sonoros utilizados na construção da música, demonstrando que, além do que ele considera "sorte", a prática exige criatividade para cair no gosto da internet.
“É por esse tipo de coisa que eu gosto tanto de música eletrônica. Se você pegar agora uma música eletrônica que você gosta e escutar ela do início ao fim prestando muita atenção no instrumental, com certeza você vai achar um som ou outro que não tinha reparado antes”, destaca Pedro.
Coisas nada óbvias para ouvintes comuns e que revelam um tipo diferente de produção e apreciação do som. “Nas músicas ‘normais’, com instrumentos acústicos, as coisas são mais óbvias (não do jeito ruim obviamente), mas se limitam as notas, não tem um 'segredo'”.
Com o fenômeno do remix de Among Us, Pedro espera contribuir para dar visibilidade a produção de música eletrônica em Cuiabá e Mato Grosso.
“É bem difícil a gente ter um reconhecimento, especialmente porque não moramos em cidades como São Paulo e não temos tantas oportunidades de se conectar com outros artistas. Espero que isso incentive outros produtores daqui a levar seu trabalho pra frente”, afirma Pedro.
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