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11/01/2021 às 13:10 | Atualizada: 11/01/2021 às 15:53

Cuiabana é selecionada para estudar cinema em Cuba e busca financiamento coletivo de sonho

Maria Clara Cabral

Estudar cinema em uma instituição internacional de referência é um sonho que, muitas vezes, apresenta obstáculos. Sem a possibilidade de bolsa ou auxílio financeiro, a cuiabana Giulia Medeiros, 29, alcançou o feito de ser uma das cinco pessoas, de diferentes nacionalidades, selecionadas para cursar Produção na Escuela Internacional de Cine y Television, em Cuba.

Ela passou por um processo seletivo rigoroso de três avaliações: teórica, de conhecimentos gerais sobre produção audiovisual, entrevistas e análise do currículo e portfólio. E, assim como outros 12 brasileiros que ingressam em outros cursos de cinema na EICTV, agora precisa da ajuda financeira para viabilizar o ingresso.

A cuiabana embarca "de mala e cuia" para Cuba com o início das aulas previsto para abril. Doações realizadas por meio de uma vaquinha virtual irão ajudá-la a arcar com os custos do primeiro ano de matrícula, 6 mil euros (atualmente, cerca de R$ 40 mil), e para a permanência da família no país. Giulia é mãe e contará com a ida do companheiro para poder se dedicar integralmente aos estudos.

Giulia sempre esteve ligada de alguma forma à produção audiovisual, seja na própria cadeia produtiva da Cultura, no ativismo social ou na pesquisa acadêmica. Ela é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) pela mesma instituição.


Para ela, o curso será uma oportunidade de aprofundar, na prática, seus estudos teóricos, além de ancorar a bagagem que acumulou ao longo dos anos. "É um momento da minha vida em que eu vou poder colocar em prática tudo o que vim estudando e realizar produções com mais qualidade técnica e referências para poder continuar contando histórias", afirma Giulia.

Sua ideia é, além da experiência pessoal, poder visibilizar o olhar e o potencial de Cuiabá e Mato Grosso no cenário audiovisual. "Um lugar onde o cinema é muito forte. Temos grandes nomes, mas ainda não conseguimos emplacar como um polo ativo de referência em produção autoral", diz.

Trajetória

Giulia produz desde os 11 anos, quando teve um grupo de teatro chamado Os Pipocas, se inserindo em diferentes segmentos artísticos. Já sua primeira experiência especificamente com o audiovisual foi na realização da Semana de Audiovisual (Seda), realizada pelo Espaço Cubo, que se tornaria Mídia Ninja e Rede Fora do Eixo.

Junto ao coletivo, ela esteve na organização de festivais e seminários até 2010. Depois disso, passou a atuar na produção de realizações locais, e a gravar e editar de forma independente vídeos para artistas como Caio Mattoso e Estela Ceregatti.


Já na UFMT, Giulia se envolveu com um núcleo de estudo sobre agrotóxicos e realizou um vídeo documentário sobre as mulheres do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), premiado em festival de cinema ambiental.

Como uma produção bastante significativa, ela cita a produção de um documentário que resultou de uma oficina de audiovisual dentro do Presídio Carumbé, em Cuiabá, realizada em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A experiência, inclusive, virou tema de dissertação.

"Estou estudando agora o potencial do audiovisual em ressignificar as práticas e imaginários sociais a partir da narrativa dessa população que foi privada da sua liberdade por ter cometido crimes e infrações contra a lei do Estado", relata.

Em um vídeo nas redes sociais, Giulia fala mais sobre o sonho de estudar Cinema em Cuba:

 
 
 
 
 
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