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22/07/2021 às 14:00

Em frente a hospital, morador de Sapezal espera esposa internada com covid-19 há mais de 15 dias

Jarcedi mantém o hábito de tomar chimarrão no gramado do hospital e guarda com carinho o lugar da esposa até ela receber alta

Paulo Henrique Fanaia

Em frente a hospital, morador de Sapezal espera esposa internada com covid-19 há mais de 15 dias

Foto: Paulo Henrique Fanaia / Leiagora

Paulo de Tarso (São Paulo para os católicos) uma vez disse: “o amor é paciente, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Esse é o ensinamento que Jarcedi Hahn, 52 anos, morador de Sapezal (560km de Cuiabá), está colocando em prática desde o dia 8 de julho, em frente ao Hospital Metropolitano, em Várzea Grande.
 
Todos os dias, de manhã e de tarde, Jarcedi – ou Seu Didi, como é conhecido em Sapezal – vai até o gramado do Hospital Metropolitano com duas cadeiras, uma garrafa com água quente e uma cuia de chimarrão. Com todo cuidado, ele prepara a erva mate, serve o chimarrão e se senta na cadeira, enquanto, ao lado, uma cadeira vazia aguarda uma companhia que custa chegar. A visita aguardada é Cristiane Fagundes Hahn, 42 anos, casada com Jarcedi há 24 anos.
 
Cristiane, sem comorbidades, nem tinha sido vacinada, contraiu covid-19 no final de junho e precisou ser internada em hospital de Sapezal para tratamento. Porém, devido à gravidade do quadro de saúde, ela foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. Desde então, Jarcedi se recusa a sair da frente da unidade de saúde.
 
Em conversa com o Leiagora, Seu Didi conta que só volta para Sapezal quando a esposa receber alta. Embora conheça algumas pessoas que moram na capital, ele decidiu ficar em um hotel próximo ao Metropolitano, para ficar mais perto da esposa.
 
A tradição do chimarrão é antiga. O casal, com origens do estado do Rio Grande do Sul, sempre tomou a erva mate junto. Por isso, como um ato simbólico, Jarcedi espera a esposa com a cuia na mão e o coração cheio de esperanças.
 
Na cidade do interior, ficaram os três filhos do casal e a neta: duas mulheres – uma de 24 e outra de 18 anos, um rapaz de 17 anos e a netinha bebê. Todos os dias, família e amigos mandam vídeos e áudios dando apoio à mãe e ao pai que lutam – pertos de coração, mas separados fisicamente.
 
Funcionários do hospital os ajudam a se comunicar, levando e trazendo as mensagens em áudio e vídeo para Cristiane matar a saudade.
 
De acordo com informações fornecidas pela equipe hospitalar, o quadro de Cristiane tem evoluído muito bem, avançando do gravíssimo e para o grave. Se ela se mantiver nesse ritmo até o final de semana, as chances de ir para um quarto e, finalmente sair da UTI, são grandes.
 
Emocionado, Jarcedi mostra fotos e áudios recebidos dos amigos e termina a entrevista ao Leiagora pedindo orações.
 
“O que a gente pede são orações para que ela saia dessa, que Deus traga ela de volta para nós. Que todas as pessoas que estão com essa doença, que Deus de a cura.”
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