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Notícias / Política

02/08/2021 às 18:53

Ex-secretária fala sobre pressão para licitação e acredita que prefeito sabia de esquema na Saúde

Emanuel Pinheiro rebateu as acusações, por meio de nota, e classificou as declarações como irresponsáveis e sem compromisso com a verdade

Alline Marques

Ex-secretária fala sobre pressão para licitação e acredita que prefeito sabia de esquema na Saúde

Foto: Câmara de Cuiabá

A oitiva da ex-secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo, já pode ser chamado de "depoimento bomba" na CPI dos Medicamentos, que busca apurar quem são os os responsável por deixar remédios vencer no Centro de Distribuição da capital. Ela falou sobre a omissão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) diante do esquema na saúde e ainda reforçou que foi contrária à licitação que resultou na contratação da Norge Pharma e a pressão que sofria das próprias empresas farmaceuticas para aquisição de medicamentos sem necessidade. 

Em depoimento prestado na tarde desta segunda-feira (2) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos, a ex-secretária de Saúde afirmou que acredita que o prefeito tenha conhecimento de todo o esquema de fraude instalado na pasta, especialmente o que envolve o Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos da Capital.

“Durante algum tempo, eu até acreditava que ele [Emanuel] não soubesse, mas hoje acho muito difícil. Hoje eu não acredito que o prefeito não sabia. É impossível que depois de tudo isso ele não saiba o que esse grupo está fazendo, o desmonte da saúde”, disse a ex-integrante do primeiro escalão municipal.

Elizeth também se refere ao atual gestor da Saúde, Célio Rodrigues, que foi afastado pela justiça na semana passada, e do adjunto Milton Correa. Ela conta que na época em que comandava a secretaria, Celio já respondia pela Empresa Cuiabana de Saúde, e chegou a insistir para que a licitação do gerenciamento do CDMIC fosse pra frente.

A ex-gestora, contudo, arquivou o certame, vindo ele a ser realizado após a sua saída da pasta, em março de 2018. “Na época a gente tinha uma insistência para ter um controle maior tanto no processo de aquisição quanto na dispensação. Medicamentos era e o segundo maior gastos da Secretaria de Saúde. A primeira é a folha de pagamento e a segunda a aquisição de medicamentos e insumos. É uma área muito delicada, onde há um jogo de interesse muito pesado e que é preciso autonomia, conhecimento e acima de tudo, compromisso com a gestão pública”, defendeu.

Apesar disso, ela nega que tenha enfrentado problemas de medicamentos com prazo de validade vencidos no período em que ficou à frente da Secretaria. Elizeth tomou posse como secretária em janeiro de 2017 e entregou o cargo após sofrer pressão de secretários adjuntos em março do ano seguinte.

A ex-secretária ainda afirma que sofreu pressão de empresários do ramo farmacêutico. Isso porque, quando assumiu o comando da Saúde da Capital já havia uma prática costumeira para aquisição de medicamentos.

De acordo com ela, fornecedores queria entregar remédios que não haviam sido comprados pelo município, usando o recurso empenhado pela Prefeitura como crédito. “Esse foi um dos maiores problemas que eu já tive na Secretaria. O fornecedor queria que comprássemos os medicamentos que ele queria, e não o que a gente precisava. Já existia essa prática, mas que eu não aceitei dar continuidade”, garante.

A fim de auxiliar ainda mais com as investigações da CPI, a ex-secretária ainda se comprometeu a disponibilizar uma série de documentos da pasta durante o período em que era gerido por ela.

O que diz o prefeito

Por meio de nota, o chefe do Executivo Municipal refirmou que a gestão é pautada pelo zelo e compromisso na administração de recursos públicos e ainda lamentou as declarações da ex-secretária, as quais ele classifica como “ilações”.

Ele ainda vai mais além, e garante que, em nenhuma circunstância irá se furtar de promover apurações ou aceitar práticas ilícitas. O prefeito afirma que considera necessária investigação aberta pela Casa de Leis no intento de que falhas sejam saneadas, já que o problema se arrasta há décadas.

“Considera a fala da ex-secretária estranha e irresponsável sem nenhum compromisso com a verdade, e que segue determinado a entregar uma saúde melhor à população cuiabana apesar daqueles que buscam o quanto pior, melhor”, diz trecho da nota.
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