O deputado estadual Gilberto Catani (PSL) propôs uma moção de repúdio à fala da deputada federal Rosa Neide (PT), por ter chamado o presidente Jair Bolsonaro de mentiroso no que se refere à polêmica do voto impresso. Porém, a proposta causou polêmica na Assembleia Legislativa, durante sessão realizada na manhã desta quarta-feira (4), e acabou sendo rejeitada com 11 votos contrários.
Dentre os deputados que se manifestaram contrários à moção estão Valdir Barranco (PT), Lúdio Cabral (PT), Allan Kardec (PDT) e Wilson Santos (PSDB), Thiago Silva (MDB). Os parlamentares destacaram que se trata de um direito dela se manifestar e ressaltaram a trajetória de Rosa Neide na vida pública.
Lúdio foi além e chegou a chamar o presidente de “mitomaníaco compulsivo” e desafiou o colega de Parlamento a apresentar moção de repúdio contra ele também. O petista ainda ressaltou que se tratava de um debate contraproducente. “Nos esforçamos para debater os problemas e dores que a nossa população sofre, debater os problemas de Mato Grosso. Não fomos eleitos para produzir fake news apenas para alimentar a base do Bolsonarismo".
Allan Kardec também saiu em defesa da parlamentar e lembrou falas polêmicas de deputados federais da base do presidente, como José Medeiros, que chegou a declarar que petistas deveriam ter morrido na pandemia, e de Nelson Barbudo, que falou que o bispo Dom Pedro Casaldáliga iria queimar no inferno. Porém, nenhuma proposta de repúdio foi apresentada contra eles.
Até mesmo Wilson Santos, que é de um partido rival da deputada, saiu em defesa da parlamentar relembrando sua trajetória na vida pública, destacou seu trabalho como deputada federal como uma das mais atuantes do Centro Oeste.
Barranco também aproveitou para pedir respeito à colega de partido, considerou a proposta como “absurda”, relembrou sua trajetória na área da educação, e aproveitou para criticar a proposta do voto impresso. Ele ainda ressaltou que ela não falou mentiras.
Já os aliados de Bolsonaro, como o deputado delegado Claudinei (PSL), que defendeu que é preciso respeitar o presidente, assim como Xuxu Dal Molim, que também defendeu a proposta. Catani se a afirmar que se tratava de um repúdio à fala e não à parlamentar.
