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Notícias / Agro e Economia

29/08/2021 às 15:00

Produtores e indústrias do agro devem parar produção e carregamento a partir do dia 7

A mobilização é em defesa do presidente Bolsonaro, de pautas ligadas ao agro, mas também de combate à interferência do STF, e caminhoneiros podem aderir

Alline Marques

Produtores e indústrias do agro devem parar produção e carregamento a partir do dia 7

Foto: Imagem Ilustrativa

O agronegócio move a economia brasileira e tem ameaçado paralisar suas atividades a partir do dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência do país. Os produtores rurais e as indústrias devem parar os carregamentos, o que afetará diretamente o movimento dos caminhoneiros, que ensaia também aderir à manifestação. 

O ato representa apoio ao presidente Jair Bolsonaro, mas vai além das pautas do agro, é também em defesa da destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por estarem extrapolando suas funções e exercerem o papel do Executivo e Legislativo. Ao menos é o que alegam os apoiadores da paralisação. 

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra, Edgar Augusto Laurini, conversou com o Leiagora e preferiu ser mais cauteloso ao falar sobre a mobilização. Ele disse que prefere aguardar as movimentações, mas que até o momento trata-se apenas de especulação. 

Inclusive, um áudio já estaria circulando em grupos de whatsapp de motoristas alerta aos caminheiros sobre a paralisação que já se iniciaria a partir do dia 30, mas ganharia força após os protestos do dia 7. Sobre o fato, Edgar diz que não é possível saber a procedência e questionado se de fato o grupo estaria se mobilizando, o sindicalista apenas comenta: “tudo é possível”. 

Sobre a paralisação do agro, Edgar é enfático ao afirmar que se houver a mobilização, os caminhoneiros estarão juntos. Porém, a pauta dos motoristas é focada no setor e não houve as questões políticas. O presidente do sindicato diz que o grupo reivindica os preços dos fretes, redução no preço do combustível, isenção de pedágios, além de respeito nos lugares de carga e descargas, e condições mínimas de higiene e alimentação. 

“Os motoristas estão organizando uma carreata para o dia 7, sem bloquear a rodovia. Vamos aguardar os caminhões pararem em casa”, finalizou. 

A reportagem também falou com empresários ligados à indústria do agro que confirmaram a paralisação a partir do dia 7 de setembro, mas ninguém quis se identificar. Ao que tudo indica, a mobilização é silenciosa, mas promete chamar a atenção para a importância do setor no país. 

Pautas como a Lei do Licenciamento Ambiental e o PL 490, que regulamenta a demarcação de terras indígenas e ainda retira o poder de veto dos indígenas, estão em alta no Congresso. A mobilização é também uma forma de pressionar os políticos a atenderem suas reivindicações neste sentido. 

Inclusive, o STF não é alvo apenas pelas últimas decisões que afetaram apoiadores do presidente, mas também porque é onde acontece o julgamento do marco temporal das terras indígenas, que pode acabar gerando dezenas de reintegração de posse, afetando diretamente milhares de produtores rurais. 

O ato de 7 de setembro acabou ganhando força após uma operação realizada na semana passada que teve como alvo o cantor Sérgio Reis, o deputado federal Otani de Paula e ainda o produtor rural mato-grossense, Antonio Galvan, que atualmente preside a Aprosoja Brasil. O músico acabou sendo alvo após ter um áudio seu divulgado convocando as pessoas para a manifestação da independência, defendendo o fechamento do Congresso e do STF. 

É esperado manifestações em todo o país e Bolsonaro já confirmou presença nos atos em Brasília e São Paulo. O chamamento para os protestos tem partidos de bolsonaristas que recentemente também têm sido alvos das operações deflagradas por meio de decisões que partem do STF. Dentre eles, está o caminhoneiro “Zé Trovão por cá”, que recentemente gravou um vídeo convocando as pessoas a participarem dos atos, fez críticas às declarações do ex-presidente Lula, que falou sobre regular a imprensa e a internet, e reclamou da censura no país. 

“Já estava com saudade de dizer ‘Zé Trovão por cá”, diz o bolsonarista. "Eu continuo  censurado, ao risco de poder ser preso após esse vídeo, mas não me importo. O que mais me dá gás é saber que o Brasil será salvo no dia 7 de setembro”, ressalta, em vídeo. (...) Se fortaleça, crie coragem, porque agora eu estou entregando minha liberdade em vossas mãos”, diz o caminhoneiro.

Mato Grosso é um dos estados em que o bolsonarismo tem mais força e uma caravana com milhares de pessoas deve seguir para Brasília para participarem do ato do dia 7 de setembro. Além disso, também é o estado em que a produção agropecuária move a economia, não apenas local, mas também do país. Líder na produção de soja, milho, algodão, e ainda com um dos maiores rebanhos bovinos, Mato Grosso deve liderar essa mobilização do agro em todo o país.

 
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