Brigadistas e voluntários que ajudam a controlar o incêndio que destrói o Pantanal mato-grossense, desde o dia 28 de agosto, estão passando por momentos de terror na região do Porto Jofre, em Poconé (a 105 km de Cuiabá). Há três dias, brigadistas e voluntários sofrem com a falta de comunicação e escassez de água e mantimentos, chegando ao ponto de passar fome e sede.
De acordo com a coordenadora de marketing e operações institucionais da ONG Fundação Ecotrópica, Carla Braganholo, há três dias a única torre repetidora de sinal de internet da região caiu e a previsão de conserto é somente na quinta ou sexta-feira, o que atrapalha até mesmo os pedidos de socorro aos órgãos competentes.
“Estamos morrendo de sede e de fome. Não temos água para tomar em campo, os brigadistas estão sem mantimentos. Tá fazendo 47ºC próximo ao rio e muito, muito fogo”, relata Carla ao Leiagora.
A coordenadora explica que o combate às chamas é intenso e desesperador. Devido ao tempo seco, o fogo se alastra com mais rapidez, fazendo com que o trabalho dos brigadistas e voluntários seja mais cansativo e árduo. “Estamos largando tudo para combater o fogo. Quando a gente acha que acabou, temos que voltar para o campo. Está muito difícil, já fizemos todo o parque do Encontro das Águas, porque é lá que está o foco do incêndio”, conta de forma desesperada a voluntária.
Depois de muitas tentativas, a ONG Ecotrópica conseguiu, na noite de domingo (5), fazer um apelo nas redes sociais. Nos stories do Instagram, a fundação pede ajuda com doação de água, combustível e mantimentos para campo.
O que diz o Corpo de Bombeiros
Ao Leiagora, a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros informa que o foco de incêndio encontra-se no Parque Estadual Encontro das Águas (PEEA). Equipes do CBM estão se infiltrado por meio de aeronaves, devido à dificuldade em ter acesso por terra.
Quanto à situação dos brigadistas e voluntários isolados em Porto Jofre, a assessoria informa que desconhece o fato. “Quanto a essa situação do Jofre estar isolado, é desconhecido pelo CBM/MT, uma vez que o incêndio que poderia estar comprometendo a região era o do KM-100, por conta das pontes, mas não é o caso. Não está sendo mais verificado focos no KM-100, inclusive as equipes do CBM/MT estão indo e voltando do Jofre, pois lá está sendo uma espécie de Posto Avançado para as equipes conseguirem ser infiltradas por aeronave no PEEA”, relata a assessoria.
O Incêndio
Iniciado no dia 28 de agosto, o incêndio já consumiu mais de 7 mil hectares da Transpantaneira, de acordo com os dados fornecidos por uma análise do Instituto Centro de Vida (ICV) com base em dados do Global Fire Emission Database (GFED)/NASA. Brigadistas e voluntários ajudam no combate às chamas por terra e ar, utilizando até mesmo de aviões que jogam água.
Devido ao tempo seco e à falta de chuvas, o fogo se alastra com uma velocidade nunca antes vista, o que dificulta o trabalho dos bombeiros. Somando a essa dificuldade, há também as características geográficas da região pantaneira, o que dificulta o acesso por terra às regiões mais afetadas pelas chamas.
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