O Cuiabá Esporte Clube se tornou réu em uma Ação Civil Pública (ACP) que apura o descumprimento de normativas de segurança por torcedores do time. A decisão foi proferida pelo juiz da Vara Especializada de Ação Civil Pública e de Ação Popular de Cuiabá, Bruno D'Oliveira Marques.
A ação foi proposta pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) nessa segunda (13), após o órgão ter recebido denúncias por meio do Juizado do Torcedores. O clube, quando estava na Série C, durante suas partidas como mandante na Arena Pantanal, teria desconsiderado os direitos dos torcedores ao se negar a numerar os ingressos dos jogos.
O feito ocasionou a superlotação de determinadas áreas do estádio, que são considerados setores mais atrativos, aumentando o risco de tumulto e causando outros problemas de segurança, inclusive dificultando o acesso de pessoas com deficiência (PcDs) ao local.
Em audiência na promotoria de Justiça, o clube alegou que a dificuldade em implementar esses esquemas de segurança e fiscalização acontece por desinteresse dos próprios torcedores, apontando-os como responsáveis pelos episódios. O MP considerou a tentativa de culpar a torcida como "triste e inútil".
O órgão trouxe como provas dos descumprimentos a final da Série C, contra o Operário-PR, ocorrida em 22 de setembro de 2018, na qual 41 mil torcedores compareceram ao estádio. De acordo com o MP, isso demonstra que, possivelmente, as irregularidades serão muito maiores agora que o Dourado participa da Série A do Campeonato Brasileiro, tendo visibilidade nacional.
O Ministério Público ainda tentou por duas vezes realizar audiências de conciliação com o clube, porém não houve acordo. Diante disso, o órgão pediu à Justiça que o clube, quando for mandante dos jogos na Arena Pantanal, seja obrigado a numerar os ingressos, auxilie os torcedores a ocupem as cadeiras indicadas no bilhete e fiscalize se os assentos para PcDs estão sendo adequadamente usados. E, em caso de descumprimento de qualquer norma, requereu que o clube seja multado em R$ 1 mil.
Caso seja autorizado o retorno dos jogos com público na Arena Pantanal, o órgão requer uma liminar para que todos os itens elencados acima sejam atendidos.
No que tange às irregularidades confirmadas em 2018, o MP pediu indenização de R$ 100 mil aos torcedores que tiveram seus direitos feridos à época.
Outro lado
À reportagem, o clube informou que ainda não foi notificado da ação.