O conselheiro Waldir Teis participou na manhã desta terça-feira (28) de sua primeira sessão ordinária após o retorno ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Com indiretas ácidas, o integrante do órgão aproveitou para agradecer aos servidores e membros da Casa, familiares e seus advogados, e voltou a reforçar que foi afastado do cargo injustamente.
Teis ficou pouco mais de quatro anos afastado do cargo por decisão judicial. Para ele, esse foi um período torturante, que enfrentou ao lado de sua família e dos poucos amigos que sobraram ao seu lado.
“Foram vividos aproximadamente 1500 dias de angustia sem trégua, onde todos os dias amanhecia e dormia com a espada de dama na cabeça. Quando muitas vezes acoitada mais que a chibata de um coitado serviçal. Somente quem passou por isso sabe o quão e difícil suportar uma tortura mental, onde muitas vezes a esperança desaparece ao olhar para o passa se questiona. O que estou fazendo aqui? Será que vale a pena continuar lutando nessa batalha?”, disse o conselheiro insinuando que várias pessoas lhe viraram as costas por não estar mais ocupando o cargo de conselheiro.
Teis disse ainda ter sido julgado por pessoas que se quer possuem formação para isso, reclamou da falta de respeito e tolerância. "A ética não passa de um vocábulo no dicionário".
“Por entender que vivemos em uma sociedade repleta de juízes sem toga, enquanto houver conveniência pelo cargo que exercemos, mas como essa conveniência desaparece somos indesejáveis. Se todos esses juízes sem toga quantos colocam a boca no trombone, gastam horas atrás de um microfone ou atrás de um teclado para sentenciar nossa pena, será que cumprem os seus deveres de cidadão?”, questionou.
Teis foi reintegrado aos quadros do Tribunal de Contas na semana passada por determinação do ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que revogou as medidas cautelares que o impediam de retornar ao cargo. O conselheiro além de ter sido investigado após delação do ex-governador Silval Barbosa de que os conselheiros teriam recebidos propinas para aprovar as contas de governo e não colocar entraves nas obras da Copa do Mundo.
Porém, quando já estava quase para retornar ao cargo, acabou sendo alvo de outra fase da Operação Ararath e foi flagrado descendo 11 andares de escada para se desfazer de cheques. A ação apurou esquema de desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro.