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Notícias / Política

22/11/2021 às 18:39

Rosa Neide diz que criticidade de prova do Enem foi boa, mas ainda quer apurar interferências

A parlamentar é coordenadora do grupo de trabalho misto criado no Congresso para acompanhar as provas do Enem e apurar se houve irregularidades durante a elaboração

Alline Marques

Rosa Neide diz que criticidade de prova do Enem foi boa, mas ainda quer apurar interferências

Foto: Mayke Toscano / Secom-MT

A coordenadora do grupo de trabalho misto no Congresso criado para acompanhar o Enem, deputada federal Rosa Neide (PT), avaliou que a prova aplicada nesse domingo (21) transcorreu dentro da normalidade e com um índice de criticidade positivo, apesar de não refletir questões da atualidade, como a pandemia. 

Para a parlamentar, o prejuízo ficou por conta da fala do presidente Jair Bolsonaro, que declarou na semana passada que o Enem teria a cara do governo, dando a entender uma interferência e mudança na elaboração das provas, o que acabou gerando angústia nos alunos e deixou a comunidade acadêmica em alerta. 

“Acompanhamos a prova, o grupo de trabalho ficou o dia inteiro monitorando a aplicação em todo país, e tiveram apenas intercorrências de ordem técnica, como fiscal atrasado, mas sem dificuldade. Com relação à prova, que é nosso foco, observamos ao final do dia que o maior prejuízo é a intervenção do presidente dizendo que seria uma prova com a cara do governo, falando que agora as provas teriam nova perspectiva. Os alunos ficaram angustiados (...), mas no geral a prova transcorreu normalmente e até com índice de criticidade muito bom”, avaliou a parlamentar ao conversar com o Leiagora

Apesar de constatar que o teor da prova ocorreu de maneira isenta, com um grau de dificuldade normal, abordando inclusive temas como a questão da invisibilidade das pessoas que não possuem registro civil, um problema que afeta mais de 3 milhões de brasileiros, a deputada faz questão de lembrar que a declaração do presidente não passará despercebida, já que criou constrangimento aos profissionais do Inep, e o fato ainda será apurado pelo grupo de trabalho misto que conta com quatro deputados e quatro senadores. 

Outro fato que a deputada lamentou foi o alto índice de desistência da prova. “Já tínhamos um número pequeno de 3,1 milhões de inscritos, o menor número da história do Enem, e ainda tivemos 26% de abstenção na prova”, comentou. Do total de 3,1 milhões de candidatos inscritos, cerca de 2,3 milhões compareceram às provas em mais de 1,7 mil municípios. Ano passado, foram mais de 5,5 milhões de inscritos, porém, a abstenção foi de 51%.

O grupo de trabalho misto foi criado na semana passada para acompanhar a realização do Enem. A deputada Rosa Neide coordena o grupo de deputados e também já havia solicitado pedido de informação à Polícia Federal e ao MEC sobre a presença da PF no espaço de elaboração da prova no Inep. 

Além disso, enviou pedido de informação ao Conselho Nacional de Educação para que se posicione sobre o ocorrido e entrou com ação no Ministério Público do Trabalho para discutir o assédio moral aos servidores do Inep, entre outras ações.

Além da declaração polêmica do presidente, às véspera da realização do Enem mais de 30 servidores do Inep, órgão responsável pela elaboração da prova, pediram demissão dos cargos. O presidente do Inep foi convocado pela Câmara, mas Rosa Neide reclamou da falta de respostas por parte do gestor. O mesmo ocorreu com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que também esteve no Congresso, mas não teria agradado os deputados. 

Após a finalização da aplicação das provas, que acontecerá no próximo domingo (28), Rosa Neide conta que o grupo irá averiguar no Inep o que está acontecendo, ouvir os funcionários, fazer uma visita, para investigar se de fato houve ao menos uma tentativa de interferência na elaboração da prova. 
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