Sem máscaras, sem disfarces e de peito aberto. É assim que Arthur Aguiar se apresenta ao público em Regue o Amor. A faixa, lançada nessa sexta-feira (17/12), traz um pedido de desculpas ao público e mostra o artista revisitando os próprios fantasmas para dar um recado: é possível se reinventar. Em entrevista exclusiva à coluna LeoDias, Arthur fala da necessidade de tocar no assunto na nova música, lembra as críticas que segue recebendo por erros cometidos no passado e fala dos que duvidam da sua capacidade de reinvenção: “As pessoas te julgam, te apedrejam pelos erros que você cometeu e quando você decide fazer diferente e realmente ter uma postura diferente, elas também não aceitam.”
A música Regue o Amor é um pedido de desculpas que você compartilha com todas as pessoas que sintam a necessidade de se redimir por seus erros. De onde veio essa necessidade?
Regue o Amor é uma música onde conto e assumo a responsabilidade de atitudes que tive no meu antigo relacionamento, das quais não me orgulho em nada. Já falei sobre isso algumas vezes e acho importante eu dividir a minha história pra que sirva de aprendizado pra outras pessoas que passam ou já passaram por isso… Mesmo já tendo pedido perdão pra Mayra (Cardi) na nossa intimidade e publicamente, eu achava que faltava algo maior e nada melhor do que fazer isso através da minha arte. Essa música é um pedido de perdão não só a Mayra, mas a todas as mulheres que se colocaram no lugar dela e, que com razão, se sentiram ofendidas. É uma música onde na primeira parte toda dela eu falo o passo a passo do que não se deve fazer numa relação, seja você homem ou mulher.
Você teve receio de abordar mais uma vez essa questão tão íntima na música?
Não. Todo mundo já sabe do que aconteceu. Eu já assumi os meus erros e me coloco diariamente na posição de querer ser a minha melhor versão a cada dia. A cada dia que passa eu quero aprender mais e ser melhor pra mim, pra minha família, para as pessoas de um modo geral e para os meus fãs. Antes de qualquer coisa eu sou um ser humano e eu erro como todo mundo. Tem uma frase que eu gosto muito que diz: “Passado não é lugar de permanência, passado é lugar de referência”. E é assim que eu vejo tudo isso.
Todos podem errar, mas há sempre um peso muito grande, de julgamento, sobre aquelas pessoas que erram publicamente. O que toda essa experiência te ensinou a respeito disso?
Me ensinou que independente do que as pessoas pensam ou acham sobre mim, eu quero ser o melhor que eu puder pra mim, pra minha filha, pra minha esposa e para todos os meus. Não adianta eu tentar mostrar ou explicar algo para alguém que não está disposto a realmente ver algo novo. As pessoas te julgam, te apedrejam pelos erros que você cometeu e quando você decide fazer diferente e realmente ter uma postura diferente, elas também não aceitam. Eles não querem que você seja algo diferente do que eles já disseram que você é! Portanto, seja a sua melhor versão independente se vão te apoiar, se vão ou não acreditar na sua transformação. Faça isso por você e pelos seus!
E como você buscou traduzir todos esses acontecimentos conturbados em sua arte?
Eu quis ser o mais transparente e sincero possível. Uma coisa é você assumir os seus erros de uma forma genérica e seguir. Outra, é você ter coragem de pontuar situações que aconteceram e colocar ali na letra da música tudo de uma maneira muito clara e transparente. Eu não estou exaltando o que eu fiz, muito pelo contrário! Eu estou dizendo tudo que não se deve fazer! Eu não finjo que não aconteceu nada comigo. Eu reconheço, assumo os meus erros e faço questão de usar a minha história como um incentivador de mudança na vida das pessoas. As pessoas querendo ou não acreditar, eu estou aqui pra provar que é possível!! E isso, o tempo vai se encarregar de mostrar.
