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19/01/2022 às 19:35

MT vacinou 3,5 mil crianças e adolescentes contra a covid-19 antes da autorização legal

AGU quer explicação dos Estados para apurar se trata de erro dos números ou casos de negligência gravíssima

Leiagora

MT vacinou 3,5 mil crianças e adolescentes contra a covid-19 antes da autorização legal

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Quarenta e uma crianças de 0 a 4 anos e outras 167 de 5 a 11 anos foram vacinadas contra a covid-19 até dezembro de 2021, antes mesmos das doses autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegassem ao Brasil.

Da mesma forma, 416 adolescentes de Mato Grosso de 12 a 17 anos receberam doses de imunizantes como Janssen (29), coronavac (228) e Astrazeneca (159). Até agosto de 2021, 2.918 haviam vacinado com doses da Pfizer no Estado, embora a campanha no país iniciou em setembro.

No país, foram 57.147 crianças e adolescentes imunizados com doses para adultos. Os equívocos ocorreram em todas as unidades federativas.
 
Os dados constam em manifestação enviada nesta terça-feira (18) ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo advogado-Geral da União, Bruno Bianco. Segundo ele, os números foram retirados da Rede Nacional de Dados da Saúde, na qual estados e municípios são obrigados a registrar informações inseridas em todos os cartões de vacinação.
 
Ainda de acordo com Bianco, o Ministério da Saúde enviou dois ofícios aos estados e ao Distrito Federal, em setembro e em novembro do ano passado, questionando os dados sobre a aplicação de vacinas não aprovadas pela Anvisa em menores de 18 anos e também se haveria erros na inserção das informações que pudessem ser retificadas, mas não obteve respostas.
 
Em nome da União, Bianco pediu a Lewandowski que conceda uma liminar (decisão provisória) para obrigar estados e municípios a interromper qualquer campanha de vacinação de crianças e adolescentes que esteja em desacordo com as diretrizes da Anvisa e do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
 
A Anvisa autorizou apenas doses do laboratório farmacêutico Pfizer/ BioNtech para crianças de 5 a 11 anos. Contudo, conforme a Rede Nacional de Dados da Saúde, na faixa de 0 a 4 anos em Mato Grosso, 9 foram imunizadas com doses de Astrazeneca, 6 com coronavac, 1 com Janssen e 25 com doses da Pfizer para pessoas acima de 12 anos.
 
Já entre as crianças de 5 a 11 anos no Estado, 19 receberam doses de Astrazeneca, 14 de coronavac e 134 com doses da Pfizer para público acima de 12 anos.
 
Entre os casos mais graves, a AGU cita a aplicação de doses para adultos e também já vencidas da vacina da Pfizer em 49 crianças no município de Lucena, na Paraíba. Segundo o órgão, o Ministério da Saúde apura o caso para eventual responsabilização criminal.
 
 A AGU argumenta que, embora as informações contidas na Rede Nacional de Dados da Saúde necessitem de apuração conjunta com os estados para confirmação ou eventual correção, os números já configuram indícios suficientes para justificar a medida cautelar, pois “podem vir a revelar, nas hipóteses mais extremas, casos de negligência gravíssima na aplicação de vacinas”.
 
Bianco pede ainda que Lewandowski ordene estados e municípios a identificarem todas as crianças e adolescentes que receberam vacinas equivocadamente, para que sejam inseridas no sistema de farmacovigilância e tenham identificados possíveis efeitos adversos. O procedimento é uma recomendação da Anvisa.
 
Lewandowski é relator de uma ação de descumprimento de preceito fundamento (ADPF) aberta pela Rede ainda em 2020, relativa a atrasos na contratação de vacinas pelo governo federal. Na prática, a ação se tornou um meio de fiscalização sobre o andamento da vacinação no país, após ter recebido sucessivos pedidos de liminar sobre o tema. 
 
Vacina
 
A Anvisa aprovou em dezembro o uso da vacina produzida pelo consórcio Pfizer-BioNTech, a Comirnaty, contra a covid-19 em crianças com idade de 5 a 11 anos. De acordo com o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, com base na totalidade de evidências científicas disponíveis, o imunizante, quando administrado no esquema de duas doses, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves, potencialmente fatais e de condições que podem ser causadas pelo SARS-CoV-2. As análises contaram com a participação de diversos especialistas, tanto da Anvisa como de outras entidades.
 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) manifestou apoio à aprovação do imunizante para esse público. Em nota, o presidente da entidade, Carlos Lula, destaca que a dose já foi aprovada para a faixa etária de 5 a 11 anos pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), pela Agência Americana Food and Drug Administration (FDA) e pelo governo de Israel.
 
Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ouvidos pela Agência Brasil reforçam que as chances de uma criança ter quadros graves de covid-19 superam qualquer risco de evento adverso relacionado à vacina da Pfizer. O imunizante já está em uso em crianças de 5 a 11 anos em 30 países e cerca de 10 milhões de doses foram aplicadas somente nos Estados Unidos e no Canadá.
 
Com informações da Agência Brasil
 
 
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