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08/04/2022 às 08:18

MT produz 3 vezes mais etanol do milho do que da cana-de-açúcar

Alto preço do milho e maior margem ao produtor e aliado a novas usinas fez com que a produção explodisse no Estado

Débora Siqueira

MT produz 3 vezes mais etanol do milho do que da cana-de-açúcar

Foto: Divulgação

Por três consecutivos, Mato Grosso produz mais etanol de milho do que o etanol oriundo da cana-de-açúcar, como tradicionalmente ocorria. Enquanto a produção de cana em Mato Grosso para a safra 2021/2022 e 2022/2023 estão estimadas em 1,07 e 1,14 bilhões de litros, respectivamente, a produção etanol de milho nessas mesmas safras é de 3,06 e 3,48 bilhões de litros. 

Pela série histórica do Sindicato das Indústrias de Bionergia do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), que representa 12 empresas, sendo 7 unidades de cana 2 unidades flex 6 unidades de milho, o crescimento da produção de etanol em Mato Grosso foi vertiginosa ao longo de 10 safras. 

No Estado eram produzidos 400 mil de litros etanol de milho na safra 2013/2014, houve um salto para 1,21 bilhões de litros na safra 2019/2020 pareando com a produção de etanol da cana-de-açucar que naquele período foi de 1,22 bilhões de litros. A partir da safra de 2020/2021, o etanol de milho passou a ser o biocombustível mais produzido em Mato Grosso. 

O crescimento se deve também a presença da FS Energia com duas plantas de etanol de milho em Lucas do Rio Verde e em Sorriso. A terceira planta está em construção em Primavera do Leste e deve ficar pronta em 2023. Durante a Parecis Superagro, a empresa anunciou que uma das próximas plantas será em Campo Novo do Parecis. Ao todo serão mais três unidades industriais até 2026, todas no estado do Mato Grosso, o que a fará atingir a marca de capacidade produtiva de 5 bilhões de litros de etanol por ano, aproximadamente.

Atualmente com as duas plantas em operação no Mato Grosso, em Lucas do Rio Verde e em Sorriso, a FS possui capacidade produtiva de mais de 1,4 bilhão de litros de etanol ao ano. Após a inauguração da unidade de Primavera do Leste, a companhia deve se tornar uma das quatro maiores produtoras de etanol do Brasil, alcançando uma capacidade produtiva de 2 bilhões de litros de etanol/ano. 

Produção de milho em alta

Mais bem remunerados e com menor valor de frete, os produtores rurais tem optado em plantar milho como cultura de primeira safra, não sendo apenas opção da safrinha como anteriormente. Margens maiores e os bons preços, as projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), é de que Mato Grosso pela primeira vez terá produção maior de milho do que de soja, com 40,56 milhões de toneladas de milho.  

Conforme o último relatório do Imea de 4 de abril, a área destinada ao milho ficou em 6,30 milhões de hectares, aumento de 7,86% em relação à safra passada. O incremento foi pautado pelos elevados patamares de preços, bem como o bom avanço da semeadura. A produtividade deve alcançar 107,31 sc/ha, aumento de 15,82% em relação à safra passada. 

“Esse movimento do etanol do milho é importante para dar estabilidade ao mercado. Até 2016, 2017, antes da entrada das usinas, isso começou com mais força de 2018 para frente, o milho tinha altas e baixas. Às vezes o produtor num ano ele produzia muito, depois tinha que tirar o pé porque havia produzido muito no ano passado e o preço foi abaixo do preço mínimo e ele não tinha para quem vender. Com a chegada do etanol de milho e o incremento para os próximos anos dão uma certa estabilidade no mercado e isso aumenta a competitividade”, comentou o superintendente do Imea, Cleiton Gauer. 

Com esse cenário, o Imea projeta que até 2030, a produção de milho em Mato Grosso deve saltar para 68 milhões de toneladas. 

DDG, uma opção de proteína

Gauer destaca também que o etanol de milho coloca importantes subprodutos ou co-produtos no mercado como substitutos do milho e do farelo de soja na proteína animal. “Algumas categorias do DDG podem substituir o concentrado proteico, o energético e traz nova possibilidade aos produtores em fugir da alta dos preços dos insumos com nutrição”, aponta o superintendente do Imea. 

Herculano Franco que é do setor comercial da FS Energia, diz que os DDGs viabilizam muito para o setor da pecuária e da suinocultura. Há três tipos FS essencial (substituiu o farelo de soja) FS úmido e o FS ouro que podem ser substitutos do milho, sorgo da parte energética da nutrição animal. 

Se por um lado a presença da FS Energia para esmagamento do milho para produção de etanol, encarecendo os custos para os produtores de proteína animal, por outro, traz possibilidades para complementar a alimentação. 

“A FS não tem sazonalidade, a produção é o ano inteiro. O milho você vai ter que comprar, tem um desembolso porque tem que armazenar, ou faz contrato longo prazo e pagando conforme vai retirando do armazém. O FS ouro ou úmido, você não precisa fazer a moagem, já é produtor pronto para a mistura”. 

Grandes grupos como Seara e BRF já tem utilizado o DDG tanto na suinocultura quanto na avicultura.
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