O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) assumiu o papel, mesmo que indiretamente, de inflamar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao menos na baixada cuiabana. Ele tem colocando o "bonde" na rua e organizado caminhadas e atos em prol do candidato do PT e criticou o que chama de "realidade paralela" do bolsonarismo.
Diante do marasmo da coordenação de Lula no estado, que estaria sob a liderança do senador Carlos Fávaro (PSD), Lúdio acabou ganhando protagonismo nesta reta final com uma campanha mais corpo a corpo. E como bom defensor, é claro que ele afirma que "os governos do PT foram melhores para o estado de Mato Grosso".
“Nos governos Dilma e Lula o estado gerou 797 mil empregos, todos com carteira assinada. Todo o avanço do agronegócio é resultado das políticas criadas e executadas no governo do PT. Todo o avanço em infraestrutura que houve em Mato Grosso também foi no governo do PT, nas BRs 158 e 163, a ferrovia chegou a Rondonópolis no governo do PT. Depois que o PT saiu, nem no governo do Temer, e muito menos do Bolsonaro, eles conseguiram resolver problemas estruturais. Um exemplo disso é a conclusão da duplicação da BR 163”, disse Lúdio.
O parlamentar também lembrou a falta de programas habitacionais para o Estado no atual governo. Atualmente, Mato Grosso tem déficit habitacional de 109.652 moradias, conforme a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
“Bolsonaro não assentou um tijolo em Mato Grosso para construir moradia popular. Enquanto nos governos do PT foram 170 mil casas, ou seja 170 mil famílias, realizaram o sonho da casa própria, com o programa Minha Casa, Minha Vida, através dos governos do PT”, destacou.
Lúdio disse ainda que o governador Mauro Mendes erra ao defender algumas pautas trabalhadas pelo Governo Federal e corre o risco de entrar numa “realidade paralela" do bolsonarismo. “Esse discurso completamente sem sentido de falar em escola com banheiro unisex, que o Brasil vai virar uma Venezuela, vai virar uma Argentina. Eles precisam voltar à realidade. Porque o governador tem responsabilidades ele não pode aderir a esse discurso totalmente sem sentido”, alertou.
O deputado defende que esse tipo de debate desqualifica o processo eleitoral e o impede de debater propostas. “Que propostas o Bolsonaro tem para resolver o problema da fome para 600 mil mato-grossenses, que propostas ele tem para resolver o problema do endividamento de 2 milhões de pessoas em Mato Grosso, e para resolver o problema da fila do SUS. Então, como não tem propostas para esses problemas, entram nesse mundo paralelo de banheiro unissex, do país virar uma Venezuela”, criticou Lúdio Cabral, que foi o quinto deputado mais bem votado em Mato Grosso e o primeiro em Cuiabá.
Ele garantiu ainda, que, caso a vitória seja de Lula, no próximo dia 30, na eleição de segundo turno, a próxima missão será buscar a pacificação do país. ‘A união, os estados e os municípios são entes independentes, então, o Lula vencendo as eleições, no dia seguinte, ele é presidente de todos os brasileiros, de toda a população brasileira e a principal missão dele será pacificar o país. Pelo menos tirar desse ambiente de ódio, discórdia. Tanto que a primeira coisa que ele fará será chamar os governadores e fazer uma mesa redonda”, finalizou.